Depoimento do executivo Augusto Mendonça, do grupo Toyo Setal, dentro do processo de delação premiada na Operação Lava Jato revela que parte da propina paga a partir de contratos desviados da Petrobras entrou, por vias legais, nas contas do PT. Entre 2008 e 2012, foram registradas na Justiça Eleitoral R$ 3,2 milhões da empresa na contabilidade financeira petista. As declarações de Augusto Mendonça foram destacadas pelos principais jornais do país nesta quinta-feira (4).
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o executivo disse na delação premiada, que foi liberada ontem pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos e ações penais da Lava Jato, que pelo menos R$ 4 milhões foram repassados ao PT, entre 2008 e 2011, em troca de um contrato para a empreiteira tocar obras na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). A indicação para depositar nas contas do partido veio, segundo o depoimento, do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
As doações não foram feitas diretamente pela Toyo Setal, mas sim pelas subsidiárias SOG Óleo e Gás, Setec e PEM Engenharia. De acordo com Julio Camargo, também executivo da empresa, as doações não tinham relação com as propinas da Petrobras. Porém, no depoimento dado a agentes federais, ele disse ter recebido a orientação de Duque para procurar o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
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