Relatório da Polícia Federal mostra que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o então presidente da construtora OAS, Leo Pinheiro, trocaram 94 mensagens entre 2012 e 2014 – uma média de um contato a cada 11 dias. O conteúdo das conversas revela uma intensa troca de favores entre os dois, conforme reportagem do jornal O Globo.
Nas mensagens, Cunha busca repasses de dinheiro da empresa para campanhas eleitorais. No período, o peemedebista ainda não era presidente da Câmara, e fornecia informações a Pinheiro sobre emendas e medidas provisórias em tramitação na Casa e projetos de lei de interesse do empresário, de acordo com a reportagem de Vinicius Sassine e Eduardo Bresciani.
O nome do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), também aparece nas mensagens, indicando que o peemedebista – que ocupou a Presidência da Câmara – foi beneficiado pelos repasses da construtora.
Em uma mensagem enviada em 14 de agosto de 2012, Cunha diz: “Vc resolveu só metade Henrique ontem, esqueceu de mim? Rsrs”. Ao que Pinheiro responde, duas horas e 40 minutos depois: “Me dê um tempinho. O nosso pessoal fez uma programação que não tinha visto”.
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A conversa também coloca em xeque a concessão do aeroporto de Guarulhos – a OAS integra o consórcio que administra o aeroporto. Em 29 de agosto de 2014, Cunha questionou Pinheiro sobre o repasse de “5 paus” para Michel e Moreira, que seriam o vice-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, e deixado de prestigiar os amigos, que seriam (além do próprio Cunha), Henrique Alves e o primeiro-secretário do PMDB, Geddel Vieira.
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