Em depoimento à CPI dos Grampos, o ex diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), José Milton Campana, disse que os equipamentos adquiridos pela agência em conjunto com o Exército não têm capacidade de realizar escutas telefônicas, e sim apenas varreduras.
“A Abin realmente comprou esse equipamento para a realização de varreduras. Compramos com essa finalidade. Se não fosse, não seria esse o equipamento utilizado. Eles não teriam capacidade para qualquer tipo de escutas a mais de 100 metros”, garante Campana.
O ex-diretor confirmou que a compra foi feita em parceria com as Forças Armadas, em 2006, para serem utilizados na segurança dos Jogos Panamericanos, realizados no Rio de Janeiro no ano passado.
“Não houve uma autorização previamente. Nós tivemos que coordenar toda a inteligência dos Jogos. Nós temos compromissos internacionais e a única condição de suspensão dos Jogos Panamericanos seria a questão de segurança”, defendeu.
O diretor do centro de pesquisa da Abin, Otávio Carlos Silva, foi chamado à mesa da Comissão para apresentar os dados técnicos do equipamento. Segundo Silva, já é comprovado que esses equipamentos não podem realizar escutas telefônicas. (Renata Camargo)
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