Erich Decat
O município de São Carlos, localizado a 225 km da capital paulista e com 210 mil habitantes, apesar de ser apenas mais uma das 5.562 localidades que terão disputa eleitoral amanhã (5), abriga o candidato mais rico do país.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), realizado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o empresário Airton Garcia (DEM) é o primeiro colocado em declarações de bens, com um total de R$ 224,9 milhões.
O empresário está à frente de outros 81 políticos que declaram possuir bens acima de R$ 10 milhões. O candidato do DEM faz parte do seleto grupo (0,5% do total) dono de R$ 1,8 bilhão, ou 23%, de todo o patrimônio declarado por todos os candidatos no TSE até o final de agosto.
Dentro da extensa lista de bens de Garcia estão várias fazendas, shopping center, imóveis e posto de gasolina, além de empresas que atuam nos setores de mineração, agropecuária, imobiliário.
Mas apesar do desempenho no campo financeiro, Airton Garcia, de acordo com a última pesquisa do Ibope, é apenas o terceiro colocado na disputa pela prefeitura de São Carlos. A frente dele está Oswaldo Barba (PT) e Paulo Altomani (PSDB), com 30% e 28% das intenções de votos, respectivamente.
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Garcia também é o candidato com maior índice de rejeição na cidade. Segundo o levantamento, 27% dos eleitores ouvidos declararam que não votariam nele.
Também chama atenção nesta disputa que envolve o candidato mais rico do Brasil, o valor que o milionário deverá desembolsar na campanha R$ 362 mil. O montante é quase que o triplo do patrimônio declarado de R$ 139 mil de Barba, o primeiro colocado nas pesquisas e candidato do PT em São Carlos.
Patrimônio de milhões, gasto zero
Em segundo lugar na lista dos candidatos mais ricos do país está o produtor rural o Caio Lima (PP). Ele ostenta um patrimônio de R$ 83,2 milhões. Lima disputa a prefeitura de Caipônia, com cerca de 15 mil habitantes no interior de Goiás. A propriedade mais valiosa do candidato é a Fazenda Reunidas Porteirão (R$12 milhões) e a Fazenda Niagra (R$ 5 milhões).
Além disso, Lima ainda possuiu um rebanho de 212 mil cabeças de gado estimados em R$ 282 mil. Os demais bens do candidato se dividem em tratores, carretas, carros, motos, plantadeiras, pulverizadores entre outros.
Apesar de toda a fortuna, o candidato, segundo o TSE, não desembolsou um centavo do próprio bolso (recursos próprio) para a receita do seu comitê eleitoral para concorrer contra o atual prefeito Edson Rosa Cabral (PMDB).
Lima tem apenas R$ 700 (0,0008% do seu patrimônio) de doações de pessoas físicas. O restante do total de recursos arrecadados pelo milionário, R$ 47,5 mil, chegou ao caixa da sua campanha por doações do comitê do seu partido. Desse total, R$ 16,3 mil foram gastos para a fabricação do material impresso de campanha e R$ 14 mil para criação e manutenção da página da internet.
Outro produtor rural também desponta entre os três mais ricos. Trata-se de Odanir Ortolan (PTB) com um patrimônio estimado em R$ 68,2 milhões. Ele disputa a prefeitura de Campo Novo de Parecis, no interior de Mato Grosso. Entre as principais propriedades do candidato está a Fazenda Bela Terra Estado do Pará.
Com uma área de 5.200 hectares (o que equivale a cerca de 5 mil campos de futebol), o terreno é avaliado em R$ 20 milhões. Na lista de bens do candidato, que cursou apenas o ensino médio, também estão 29 tratores, 15 caminhões, cinco camionetes, seis motos, 11 plantadeiras, semeadeiras, colheitadeiras e empresas do setor têxtil e de alimentos.
PMDB é o mais rico
O PMDB, com um total de 15 postulantes na lista dos mais ricos, é o partido que tem o maior número de candidatos com propriedades acima de R$ 10 milhões. Em seguida aparece o DEM com 12, o PSDB com 10 e o PP com oito. Outras três legendas (PTB, PR e PDT) têm seis candidatos, cada um, com bens nesse patamar. Já o PT, PRP e PPS têm três cada. Também entra na lista o PSB (2), o PV (2), o PMN (2), o PSL (1), o PRB (1) e o PRTB (1).
Entre aqueles que declararam ter pelo menos R$ 1 milhão estão outros 1.482 candidatos à prefeitura, que detêm juntos R$ 5,2 bilhões, ou cerca de 65% do patrimônio total dos postulantes. Em contrapartida, 13 mil políticos que disputam uma vaga de prefeito pelo Brasil a fora têm um patrimônio médio de R$ 237 mil.
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