Fábio Góis
A 16 dias do 50º aniversário de Brasília, o Congresso em Foco traz à lembrança do eleitor dois vídeos que, considerando-se o personagem – protagonista do maior escândalo de corrupção da história da capital federal –, parecem até piada diante do cenário atual. Trata-se do ex-governador José Roberto Arruda, preso há 53 dias na Polícia Federal (desde 11 de fevereiro), declarando “amor” pela cidade em peça de campanha eleitoral nas eleições de 1998, quando estava filiado ao PSDB e perdeu para Joaquim Roriz e Cristovam Buarque a disputa pelo governo do DF.
Os dois vídeos começam com a frase-clichê “eu amo Brasília”, e os textos diferem a partir daí. No segundo vídeo – de originalidade duvidosa e farta dose de ironia do destino (confira abaixo) –, Arruda aparece diante de um automóvel modelo Brasília (Volkswagen) e, a certa altura do filmete, com um minuto e cinco segundos de duração, diz não importar quem está no comando da capital. É quando entra no carro um sósia do também ex-governador Joaquim Roriz, de óculos escuros, com quem Arruda havia rompido politicamente em 1995.
“Não importa quem está dirigindo. O interesse de Brasília está acima de tudo. A gente cuida do que a gente gosta”, diz Arruda, que entrou para a história por ser o primeiro governador da República a ser preso. E, de quebra, a colocar o Distrito Federal sob risco de intervenção (leia tudo e assista a vídeos sobre o “Panetonegate” aqui).
Confiras os textos de ambos os filmetes:
“Eu amo Brasília. Bom, ela já tem um tempinho de estrada, mas é por isso mesmo que a gente tem de conservá-la limpinha, arrumadinha, longe das sujeiras… Tem gente que prefere abandoná-la, vendê-la, ou então deixá-la se acabar. Mas quem gosta mesmo de Brasília jamais deixaria isso acontecer.”
“Eu amo Brasília. Por isso que eu trabalhei para trazer o dinheiro do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento]. São 130 milhões de dólares para asfaltar as ruas, as quadras, de todas as cidades do Distrito Federal. Para mim, não importa quem está dirigindo: o interesse de Brasília está acima de tudo. A gente cuida do que a gente gosta.”
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