A CPI dos Bingos marcou para a próxima quarta-feira, a partir das 11h, o início da leitura do relatório final dos trabalhos da comissão. O relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), passou o último final de semana concluindo o texto final e deve pedir o indiciamento de até 70 pessoas. Entre elas, os nomes do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e do presidente do Sebrae, Paulo Okamoto.
A base aliada, contudo, não aceita as sugestões de indiciamento que vão além das investigações sobre as casas de bingos – fato criador da comissão – e ameaçam apresentar um relatório paralelo. No papel, o governo diz contar com a maioria dos 14 votos da CPI e pode derrubar o relatório de Garibaldi.
Conforme antecipou ao Congresso em Foco na semana passada, Garibaldi deve pedir o indiciamento de Palocci, por corrupção durante sua gestão na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), entre 1993 e 1996, além de ser apontado como um dos responsáveis pela quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Já Paulo Okamotto é acusado de intermediar recebimento de propina em prefeituras petistas para a formação de um suposto caixa dois do PT, que seria usado em futuras campanhas eleitorais. Também pesa sobre ele denúncia de que teria pagado contas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Lurian Cordeiro, filha do presidente, com dinheiro de origem desconhecida.
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A secretaria da CPI dos Bingos informou, ao confirmar a leitura do relatório, que a data de votação do documento ainda não foi marcada. É que a discussão em torno do teor do relatório pode prolongar-se, em virtude de parlamentares da base governista insistirem na tese de que o texto final deve limitar-se ao assunto que gerou a criação da CPI.
A oposição defende o teor do relatório do senador Garibaldi Alves por entender que, ao longo das investigações – que tiveram início em 29 de junho de 2005 -, fatos correlatos aconteceram, razão pela qual o relator propõe o indiciamento de pessoas envolvidas em outros episódios, incluindo os assassinatos dos prefeitos petistas de duas cidades do interior de São Paulo, Celso Daniel, de Santo André e Toninho do PT, de Campinas.
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