Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (26), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), diz que “acelerou” o processo de cassação em plenário do ex-líder do governo Delcídio do Amaral (MS) e que não tomou qualquer “iniciativa ou fez gestões” para “dificultar ou obstruir” as investigações da Operação Lava Jato.
Em novo áudio, divulgado pelo Jornal Hoje, Renan orienta um interlocutor, identificado como Wandemberg, sobre como Delcídio deveria se defender no Conselho de Ética. A gravação é de 24 de fevereiro, cinco dias após o então senador ter sido solto. Na ocasião, Renan não sabia que o colega havia feito delação premiada e o incriminado no petrolão. O senador afirma que “apenas opinou com um amigo do ex-senador”.
“Quanto ao caso do ex-senador Delcídio do Amaral, o senador lembra que acelerou o processo de cassação no plenário às vésperas da votação do impeachment. O desfecho do processo de cassação é conhecido, foi público e a agilização do processo foi destaque em vários jornais. Na fase do Conselho de Ética opinou com um amigo do ex-senador, mas disse que o processo não podia ficar parado, como não ficou”, diz o comunicado divulgado pela assessoria do peemedebista.
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Na gravação, o peemedebista diz, ainda, que é preciso que o presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), peça diligências para não parecer que a investigação estava parada e sugere que o ex-petista escreva uma carta em tom humilde. “Fazer uma carta, submeter a várias pessoas, fazer uma coisa humilde… Que já pagou um preço pelo que fez, foi preso tantos dias… Família pagou… A mulher pagou…” A relação entre Renan e Delcídio foi rompida após a divulgação do acordo de delação premiada, em que o ex-líder do governo aponta o peemedebista como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras.
Em conversa gravada pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Renan também chama o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de “mau-caráter”. “O senador não pode se responsabilizar por considerações de terceiros sobre pessoas, autoridades ou o quadro político nacional”, afirma. O presidente do Senado afirma, ainda, que as investigações da Lava Jato são “intocáveis” e que “não adianta o desespero de nenhum delator”.
Veja a íntegra da nota divulgada por Renan:
“O Senador Renan Calheiros reitera que não tomou nenhuma iniciativa ou fez gestões para dificultar ou obstruir as investigações da operação Lava Jato, até porque elas são intocáveis e, por essa razão, não adianta o desespero de nenhum delator.
Quanto ao caso do ex-senador Delcídio do Amaral, o senador lembra que acelerou o processo de cassação no plenário às vésperas da votação do impeachment. O desfecho do processo de cassação é conhecido, foi público e a agilização do processo foi destaque em vários jornais. Na fase do Conselho de Ética opinou com um amigo do ex-senador, mas disse que o processo não podia ficar parado, como não ficou.
O Senador não pode se responsabilizar por considerações de terceiros sobre pessoas, autoridades ou o quadro político nacional.
Reafirma ainda que suas opiniões sobre aprimoramentos de legislação foram e continuarão públicas. Não apenas ao tema mencionado nos diálogos, mas também na defesa de que a pena para delações não confirmadas sejam agravadas.
Assessoria de Imprensa
Presidência do Senado Federal”
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