O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, orientou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a não antecipar informações à Procuradoria-Geral da República relativas à Operação Lava Jato. É o que mostra gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado exibida pelo Fantástico, da TV Globo. Segundo Machado, Fabiano procurou agentes do Ministério Público Federal para levantar dados sobre Renan nas investigações.
O diálogo entre Fabiano Silveira e Renan foi gravado na residência oficial do Senado em 24 de fevereiro, quando o atual ministro era do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro também fez recomendações a Sérgio Machado sobre como ele deveria se comportar diante de uma medida cautelar.
Renan demonstra preocupação com um inquérito que apura se ele e o ex-presidente da Transpetro receberam propina por meio de doações eleitorais para facilitar a vitória de um consórcio de empresas para renovar a frota da subsidiária da Petrobras. Segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, a campanha de Renan recebeu duas doações, no valor total de R$ 400 mil, em troca do negócio.
Na reunião, após Machado ler a versão de Paulo Roberto, Fabiano aconselha Renan. “ A única ressalva que eu faria é a seguinte: está entregando já a sua versão pros caras da… PGR, né. Entendeu? Presidente, porque tem uns detalhes aqui que eles… (inaudível) Eles não terão condição, mas quando você coloca aqui, eles vão querer rebater os detalhes que colocou (inaudível)”, diz o hoje ministro.
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Funcionário de carreira do Senado, Fabiano Silveira assumiu a pasta criada pelo presidente interino Michel Temer para substituir a Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pelas ações de combate à corrupção e pelos acordos de leniência com as empresas denunciadas.
O ministro também disse que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e sua equipe “estão perdidos nesta questão”. “Eles foram lá buscar o limão e saiu uma limonada”, declarou. Segundo o Fantástico, Fabiano procurou integrantes da força-tarefa da Lava Jato em busca de informações sobre inquéritos contra Renan.
Ele disse à TV Globo que esteve na reunião na casa do presidente do Senado “de passagem”, que não tinha relações com Machado e que esteve “involuntariamente”, em uma conversa informal. Ele afirmou que jamais intercedeu junto a instituições públicas em favor de terceiros. Renan, segundo a reportagem, não retornou os contatos.
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