Em um dos anexos, chamado de “Mesada de Augusto Nardes”, Corrêa mira o atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e afirma que entre 2003 e 2005, quando Nardes era deputado federal pelo Partido Progressista, ele estava entre os nomes da bancada da Câmara que recebiam propina arrecadada pelo deputado José Janene (morto em 2010) junto à Petrobras e outros órgãos com diretorias indicadas pela legenda.
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Pedro Corrêa menciona ainda a destruição de um recibo que comprovava o pagamento da propina assim que Nardes foi nomeado para assumir a cadeira no TCU, em 2005. Corrêa pontuou que o material destruído seria um recibo de valor “baixo” – entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
De acordo com a publicação, o ex-parlamentar apresentou uma lista de operadores de propina, e incluiu o nome de Andréa Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e considerada mais do que braço direito, mentora do candidato tucano à Presidência da República em 2014. Ela é apontada, segundo a Folha, como responsável por conduzir movimentações financeiras ligadas ao irmão. Esta é a primeira citação a Andréa Neves.
Em nota, Aécio responde à delação de Pedro Corrêa
A lista do ex-deputado por Pernambuco inclui nomes como Marcos Valério, operador do mensalão, e Benedito Oliveira, o Bené, investigado na Operação Acrônimo, que apura suspeitas de irregularidades na campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, no ano de 2014, detalha a Folha.
Fernando Henrique
Durante o depoimento, Corrêa também traz informações sobre o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O delator mencionou a votação que aprovou uma emenda constitucional possibilitando a reeleição de FHC, em 1997. A reportagem afirma que Corrêa disse que o ex-presidente FHC contou com apoio financeiro do empresariado para aprovar o projeto da reeleição. Olavo Setúbal, do Banco Itaú, morto em 2008, é mencionado como alguém que ajudou o ex-presidente.
“Olavo Setúbal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos”, diz o anexo, citando o relato do ex-deputado federal pernambucano.
A colaboração está consolidada em pouco mais de 70 anexos, cada um com um tema. São cinco referentes a Lula e cinco a Dilma.
Lula e Paulo Roberto Costa
Um dos fatos apontados por Corrêa envolvendo Lula foi uma reunião com a participação dele, do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de José Eduardo Dutra, na época presidente da Petrobras, para acertar a nomeação de Costa para a diretoria da estatal, em 2004. O ex-parlamentar e outros integrantes da cúpula do PP defendiam a nomeação, enquanto Dutra, sob pressão do PT, era contra.
A Folha divulgou que Corrêa disse, porém, que Lula atuou em nome do indicado, e revelou detalhes da conversa.
“Mas ,Lula, eu entendo a posição do conselho. Não é da tradição da Petrobras, assim, sem mais nem menos trocar um diretor”, disse Dutra, na época presidente da estatal.
Lula respondeu, segundo Corrêa: “Se fôssemos pensar em tradição, nem você era presidente da Petrobras e nem eu era presidente da República”, respondeu o ex-presidente, conforme o relato.
Ainda de acordo com o jornal, 15 dias depois desse diálogo, com a nomeação de Costa, o PP destravou a pauta do Congresso Nacional.
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