O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) fez hoje (30) uma visita ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PFL). O motivo do encontro foi uma frase do parlamentar publicada na revista Veja desta semana, na qual ele afirmava que a noite da capital federal era composta apenas de prostitutas, lobistas e deputados.
Gabeira pediu desculpas ao governador e prometeu que iria contribuir para dissociar a imagem de Brasília dos escândalos políticos.
O deputado também publicou uma carta na qual afirma que "em momento nenhum, quis dar a impressão de que todos os lugares de Brasília eram idênticos. Referia-me apenas a alguns lugares específicos".
Leia a íntegra da carta de Gabeira
"Uma carta para Brasília
A Veja publicou esta semana uma frase minha, retirada de uma entrevista que sairá na revista Playboy, no princípio de fevereiro. Creio que a frase foi apresentada de uma forma que merece algumas explicações à cidade a todos que vivem e trabalham nela.
Em momento nenhum, quis dar a impressão de que todos os lugares de Brasília eram idênticos. Referia-me apenas a alguns lugares específicos.
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Há dez anos que procuro entender a cidade, embora ainda tenha muito que estudá-la antes de escrever algo mais apropriado sobre ela. No fluxo da conversa, não me movia nenhuma hostilidade aos que vivem e trabalham aqui.
Da mesma forma, quero esclarecer que nasci e vivi ao lado de uma zona de prostituição e as prostitutas tiveram um papel fundamental na minha educação, protegendo-me e orientando-me em situações perigosas. Num jantar que ofereci a elas no Rio, ao lançar o projeto de legalização, tive a oportunidade de expressar meu agradecimento.
Sou deputado há doze anos e me candidatei a um novo mandato. Se não gostasse das relações que tenho aqui e não tivesse feito algumas amizades importantes, seria impossível permanecer tanto tempo.
Recebo e discuto transparentemente com lobistas sempre que isto é solicitado, reservando-me é claro a independência de minhas posições.
Numa entrevista do tipo "Playboy" estava apenas falando de minhas preferências, de lugares que não vou à noite, de configurações noturnas que não me divertem.
A todos que se sentiram ofendidos com estas afirmações, peço desculpas e esclareço que não queria transmitir a idéia de uma cidade devassa, mas apenas uma característica de capitais, em que muitas vezes, lugares noturnos apenas prolongam o trabalho.
Como foi a frase extraída de uma entrevista, creio que ao ser publicado o texto ficará bem claro que esta frase foi dita, num contexto não moralista, em que eu afirmava que na política nem sempre se bebe com quem se trabalha".
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