O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu manter a decisão de não enviar tropas federais para garantir a segurança durante o processo eleitoral no Rio de Janeiro. Ao invés disso, investirá em campanhas de conscientização que devem ressaltar a inviolabilidade das urnas e o caráter livre e secreto do voto.
Investigações dos órgãos de segurança pública do Rio revelam que quadrilhas (grupos paramilitares e narcotraficantes) têm imposto aos eleitores, principalmente em comunidades carentes, candidatos “eleitos” pelo crime organizado e cerceado campanhas políticas de outros pleiteantes.
O anúncio foi feito hoje (5) pelo presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, que resolveu esperar pela reunião do próximo dia 11, no Rio, com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider. No encontro, Ayres Britto deve chegar a uma decisão sobre o envio da Força Nacional de Segurança ao Rio de Janeiro, defendida por nomes como o governador fluminense, Sérgio Cabral, e o próprio Tarso Genro.
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O candidato do PV à prefeitura do Rio, deputado Fernando Gabeira, e o colega de Câmara Chico Alencar (Psol), também candidato ao comando da capital fluminense, estiveram hoje com Ayres Britto no TSE. Gabeira e o seu opositor petista nas eleições municipais de outubro, Alessandro Molon, queixaram-se de intimidação por grupos criminosos durante suas campanhas.
Contudo, Chico Alencar considera precipitado o envio das forças de segurança, e prefere que as investigações continuem. "Queremos que a polícias investiguem a promiscuidade entre o banditismo e as campanhas. Nós exigimos providências rápidas da Justiça Eleitoral", declarou Alencar, que entregou a Ayres Britto um documento intitulado “Pacto contra feudos eleitorais”. O pacto exorta partidos políticos e Justiça Federal a denunciar candidatos suspeitos de ligação com grupos criminosos.
Já Gabeira fez críticas mais diretas ao envio de tropas militares ao Rio. “Enviar patrulhas e tanques não resolve a questão. O problema é outro: é a necessidade de garantir a liberdade para as pessoas votarem", argumentou, adiantando que sua equipe divulgará amanhã (6) um mapa da influência de milícias e narcotraficantes junto aos eleitores em regiões específicas do Rio. Segundo Gabeira, outro mapa será produzido depois das eleições, a fim de detectar “coincidências” entre as áreas suspeitas e o resultado das urnas. (Fábio Góis)
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