Em 2012, eleitores entre 21 e 59 anos formavam um contingente de 106 milhões de votantes. Hoje, este número é três milhões mais elevado (veja tabela abaixo). O inexperiente eleitor entre 16 e 18 anos, que ainda não é obrigado a comparecer às urnas em outubro, compõe um grupo menor em relação ao último pleito, quatro anos atrás. Esse grupo do eleitorado está mais preocupado em caçar Pokémon no celular, a nova moda mundial, do que prestar atenção em propaganda política.
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Segundo dados da Justiça Eleitoral, o maior contingente de eleitores – 34,9 milhões – tem entre 45 e 59 anos e representa 23,8 % dos brasileiros aptos a escolher prefeitos e vereadores em outubro. Essa faixa representava menos 1,7 milhão de votantes na eleição passada. É gente com pelo menos o segundo grau completo, renda de classe média e opinião contaminada pelas crises política e econômica dos últimos anos, resultado de debates alimentados nas redes sociais – não necessariamente por meio de informações bem fundamentadas.O segundo maior grupo de eleitores tem entre 25 e 34 anos. São 32,2 milhões de votantes, que representam 22% do total.
Veja o retrato do eleitorado feito pela Justiça Eleitoral:
Faixa Etária | Masculino(M) | %M/T | Feminino(F) | %F/T | Não Informado(N) | %N/T | Total(T) |
Inválida | 1.909 | 48,330 | 2.040 | 51,650 | 1 | 0,030 | 3.950 |
16 anos | 421.667 | 50,470 | 413.759 | 49,530 | 0 | 0,000 | 835.426 |
17 anos | 746.215 | 50,210 | 739.839 | 49,790 | 0 | 0,000 | 1.486.054 |
18 a 20 anos | 4.203.812 | 49,280 | 4.326.352 | 50,720 | 0 | 0,000 | 8.530.164 |
21 a 24 anos | 6.282.158 | 49,270 | 6.468.088 | 50,730 | 0 | 0,000 | 12.750.246 |
25 a 34 anos | 15.682.023 | 48,490 | 16.656.040 | 51,510 | 0 | 0,000 | 32.338.063 |
35 a 44 anos | 14.131.306 | 47,910 | 15.364.024 | 52,090 | 930 | 0,000 | 29.496.260 |
45 a 59 anos | 16.515.822 | 47,290 | 18.374.536 | 52,610 | 37.878 | 0,110 | 34.928.236 |
60 a 69 anos | 6.769.847 | 46,220 | 7.853.149 | 53,610 | 24.754 | 0,170 | 14.647.750 |
70 a 79 anos | 3.299.838 | 44,730 | 4.060.067 | 55,040 | 16.535 | 0,220 | 7.376.440 |
Superior a 79 anos | 1.786.243 | 43,800 | 2.276.954 | 55,830 | 15.125 | 0,370 | 4.078.322 |
TOTAL(TT) | 69.840.840 | 47,680 | 76.534.848 | 52,250 | 95.223 | 0,070 | 146.470.911 |
Propaganda
Com o encerramento das inscrições de candidaturas na Justiça Eleitoral à meia noite desta segunda-feira (15), os concorrentes já podem fazer propaganda nas ruas, nas redes sociais e de forma tradicional, com distribuição de panfletos, instalação de cartazes ou divulgação das candidaturas em carros de som. Vale até recorrer aos antigos comícios. A propaganda eleitoral no rádio e na TV começa no dia 26 deste mês.
Na quinta-feira (18), encerra-se o prazo para a decisão dos tribunais eleitorais sobre recursos contra candidaturas ou partidos. A Justiça também terá que divulgar até amanhã as listas dos concorrentes e os locais de votação.
As brigas preliminares entre candidatos e partidos se encerram no próximo dia 23, prazo final para o pedido de impugnação de inscrições de concorrentes. A campanha deste ano será mais curta (leia mais abaixo).
Internautas
Apesar de mais maduro, o eleitor de agora já aderiu às novas tecnologias. Estudos antigos de campanhas eleitorais nacionais e municipais revelavam que a propaganda na TV não era fundamental para a decisão do voto. Hoje, esta situação se aprofundou. Com acesso a vídeos e todos os tipos de mensagens à disposição na palma da mão, candidatos terão que tratar do buraco na rua ou do posto de saúde municipal por mensagens em smartfones.
Alguns candidatos já aderiram à tecnologia digital pessoal. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), por exemplo, vai lançar um aplicativo para arrecadar dinheiro e pagar as despesas da disputa. Sua equipe de marqueteiros é de infantes na profissão, que aceitam ganhar pouco e fazer um trabalho com características estudantis devido à absoluta falta de dinheiro. A proibição de doações empresariais para as campanhas vai empurrar o candidato cada vez mais para a propaganda digital, com mensagens replicadas pelos militantes.
Tecnologia
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aderiu à tecnologia digital pessoal e já começou a lançar produtos acessíveis por meio de smartfones. O “Agenda JE” reúne todos as informações básicas até as eleições. A ferramenta disponibiliza datas e prazos. Pelo dispositivo, o eleitor ou o fiscal de um partido, por exemplo, pode fazer notificações automáticas à Justiça.
O “JE Processos” permite acompanhar o trâmite dos processos no sistema judicial eletrônico, com informações sobre andamentos, relatores de cada processo, partes e advogados, decisões e publicações sobre os procedimentos. O aplicativo “Candidaturas” fornece nome completo do candidato, nome escolhido para a urna, número, situação do registro de candidatura, cargo, partido, coligação e, ainda, o link para o site do candidato. O dispositivo também exibirá dados sobre as respectivas prestações de contas dos políticos.
A Justiça criou e vai lançar outros oito aplicativos com locais de votação, instruções para os mesários, situação do próprio eleitor e até um para denúncias. Há também aplicativos para os resultados, boletins de cada secção eleitoral e conferência sobre o funcionamento das urnas. Com o “qruel”, por exemplo, um servidor da Justiça Eleitoral pode ligar a urna e fotografar o QR Code que aparece na tela. O código vai detalhar as informações sobre o aparelho e atestar se ele está operando corretamente. Com tais informações em mãos, o eleitor poderá pedir a substituição de máquinas eventualmente danificadas.
Desinteresse parlamentar
Como este site mostrou no último sábado, o elevado endividamento das prefeituras e o constante risco de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal estão entre as principais razões, apontadas por deputados e senadores, para justificar diminuição do interesse de parlamentares pelas eleições municipais deste ano. No pleito de outubro, 73 deputados e apenas dois senadores decidiram disputar aos cargos de prefeito e vice-prefeito de capitais e municípios do interior, uma redução de 32% e comparação com o grupo que concorreu em 2012.
Levantamento feito pelo Congresso em Foco mostra que os três partidos com as maiores bancadas no Legislativo são os mais interessados nos executivos municipais. O PSDB escolheu 10 deputados nas convenções municipais da semana passada para o cargo majoritário e um aceitou a vaga de vice, a de Bruno Covas, em São Paulo. O PMDB vem em seguida, com 10 nomes, e o PT, com nove. Clique aqui para ver o quadro com as candidaturas dos principais partidos.
Confira as principais mudanças na eleição deste ano:
Campanha mais curta – Prazo reduzido de 90 para 45 dias;
Doações – Pela primeira vez, desde 1994, empresas estão proibidas de fazer doações eleitorais a partidos ou candidatos. As campanhas terão de ser financiadas exclusivamente por contribuições de pessoas físicas ou por recursos do Fundo Partidário;
Gastos – Pelo teto definido pela Justiça Eleitoral, o candidato a prefeito poderá gastar até 70% do valor declarado pelo concorrente que mais gastou na disputa anterior, caso tenha havido um só turno; e até 50%, casos dois turnos tenham sido realizados. Em município com até 10 mil habitantes, o limite para candidatos a prefeito será de R$ 100 mil;
Debate eleitoral na TV – Só será convidado o candidato de partido com mais de nove deputados federais na atual legislatura (2015-2018);
Propaganda no rádio e na TV – Reduzida de 45 para 35 dias. No primeiro turno, dois blocos de dez minutos cada para candidatos a prefeituras. Também haverá 80 minutos de inserções por dia (60% para prefeitos e 40% para vereadores), com duração de 30 segundos a um minuto cada.
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