O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e candidato à presidência do PMDB, Nelson Jobim, disse hoje (5), no salão Verde da Câmara, que as irregularidades apontadas por seus adversários na sua chapa são "altamente sanáveis" e que até 48 horas antes da eleição deste domingo os problemas na lista podem ser resolvidos.
Os aliados do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), ameaçam impugnar a candidatura do ex-ministro do STF. Leia mais
Jobim justificou a repetição de nomes na sua chapa e na lista do adversário Michel Temer pelo fato de ter entegue antes os nomes à presidência do partido." A possibilidade de desistência da minha candidatura é abaixo de zero", disse ao ser cercado pelo jornalistas na Câmara.
O candidato também defendeu uma coalização com o governo Lula em cima de projetos e não apenas de cargos na reforma ministerial. Segundo Jobim, caso saia vitorioso na disputa, ele vai discutir até maio de 2008 um programa para que o partido se posicione sobre as reformas política e tributária, além da autonomia ou não do Banco Central. "É por isso que o PMDB não tem projeto nacional e fica restrito aos acordos regionais apenas entre pessoas", classificou.
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Jobim disse que não deve conversar com o presidente Lula antes do pleito de domingo. "Estou preocupado com os votos e o presidente Lula não vota", desdenhou. Segundo o ex-ministro do STF, sua candidatura já teria o apoio dos diretórios regionais do PMDB no Rio Grande do Sul, sua terra natal, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e parte dos convencionais de São Paulo, estado de Temer.
"No Rio de Janeiro a situação está completamente dividida e em Minas Gerais estamos crescendo muito", completou. Nesse momento o candidato à presidência está no cafezinho do Senado reunido com os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Leia abaixo a íntegra do manifesto da chapa de Jobim:
"O PMDB é o grande partido da democracia, do fortalecimento das instituições, do crescimento econômico e do combate às desigualdades. É o maior partido do Brasil.
Agora, há a aspiração de renovar, de levar o partido às ruas, como dizia Ulysses Guimarães, de motivar sua militância hoje desmobilizada e abandonada. É hora de modernizarmos a legenda, de superar os desencontros, de buscar a unidade e de apontar na construção coletiva. Estabelecer a interlocução com novos aliados, na base da independência, respeitabilidade, prestígio e integridade moral.
Defendemos o diálogo político-instituicional transparente, fruto do amadurecimento de projetos de governo e programas. Almejamos os fins, nçao ansiamos os meios. Coalização não se confunde com submissão. A chapa Ulysses Guimarães, encabeçada por Nelson Jobim, irá expressar nossa pluralidade e unir o partido sem presentar facções e grupos".
Assinam o texto, os governadores Sérgio Cabral (RJ), Roberto Requião (PR), Eduardo Braga (AM), Marcelo Miranda (TO), Paulo Hartung (ES) e André Pucinelli (MS). A única ausência é do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, que liberou os convencionais do seu estado.
Na lista estão também todos os 19 senadores do PMDB: Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE), Renan Calheiros (AL), José Sarney (AP),Wellington Salgado de Oliveira (MG),Gerson Camata (ES), Roseana Sarney (MA), Joaquim Roriz (DF), José Maranhão (PB), Valdir Raupp (RO), Almeida Lima (SE), Garibaldi Alves Filho (RN), Geraldo Mesquita Júnior (AC), Gilvam Borges (AP), Valter Pereira (MS), Romero Jucá (RR), Neuto de Conto (SC), Leomar Quintanilha (TO) e Paulo Duque (RJ).
No entanto, existe um problema com os senadores relacionados como apoiadores de Jobim: o senador Joaquim Roriz (DF) não está na chapa do ex-presidente do STF.
Os deputados federais apoiadores do ex-presidente do STF são os seguintes: Professor Sétimo Waquin (MA), Aníbal Gomes (CE), Mauro Benevides (CE), Zé Geraldo (CE), Alberto Silva (Pi), Vital do Rego Filho (PB), Raul Henry (PE), Edgar Moury (PE), Olavo Calheiros (AL), Joaquim Beltrão (AL), Carlos Alberto Canuto (AL), Cristiano Matheus (AL), Camilo Cola (ES), Rita Camata (ES), Solange Almeida (RJ), Hermes Parcianello (PR), Osmar Serraglio (PR), Rocha Loures (PR), Eliseu Padilha (RS), Mendes Ribeiro Filho (RS), Osmar Terra (RS), Ibsen Pinheiro (RS) e Cezar Schirmer (RS).
Na lista dos deputados podem ser apontados alguns erros
– O deputado Cristiano Matheus (AL) é do PFL e não há registro de troca de partido pelo parlamentar alagoano para o PMDB na Secretaria-Geral da Mesa.
– Solange Almeida (RJ) – A deputada está inscrita com o número 98 na chapa de Michel Temer entrege à presidência no PMDB.
– Cezar Schirmer (RS) e Osmar Terra (RS) – O deputado Schirmer é suplente nessa legislatura de Terra, que é secretário de Saúde do governo do Rio Grande do Sul. (Lúcio Lambranho)
Eunício diz que Temer ganhará com folga de 100 votos
O deputado e ex-ministro das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse hoje (5) que o seu candidato à presidência do partido, Michel Temer deve ganhar por uma diferença de 100 votos em relação ao ex-ministro do STF, Nelson Jobim. Segundo Eunício, no Rio de Janeiro, por exemplo, apesar do governador Sérgio Cabral apoiar Jobim, Temer terá pelo menos 62 votos do total de 77 convencionais cariocas.
"Vamos ganhar no voto e não tem nada dessa história de ir para Justiça", disse o ex-ministro ao descartar uma medida jurídica contra as falhas encontradas na chapa encaminhada por Jobim à presidência do PMDB. "Eles entregaram uma lista sem as devidas autorizações dos parlamentares e governadores. Mesmo assim, por ser presidente o Temer vai aceitar uma na inscrição da chapa adversária", completou o parlamentar do Ceará.
Coalizão administrativa
Michel Temer, em entrevista aos jornalistas no salão Verde da Câmara, também se defendeu das críticas do seu adversário de que ele estaria na disputa apenas para conquistar novos cargos na reforma ministerial do segundo mandato do presidente Lula. "Em um partido complexo como o PMDB é preciso tomar cuidado com as palavras. É preciso falar para todas as tendências", retrucou o presidente do PMDB e candidato à reeleição.
Os sete pontos citados por Temer contemplariam as reformas política e tributária, medidas que garantam o crescimento do país no próximo ano em 5%, a consolidação de políticas de transferência de renda, a revisão do pacto federativo e a cria&cce
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