O discurso do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) já produziu um efeito prático: está iniciada no Congresso a cruzada contra a corrupção. De acordo com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), o pronunciamento de Jarbas nesta terça-feira (3) foi um chamamento.
“Ele chamou a nação para uma grande caminhada”, afirmou Simon, complementando que o pronunciamento do correligionário foi “oportuno” e “feliz”. “Ele não apontou A, B ou C. Ele apontou um fato. A corrupção é um fato”, complementou o gaúcho.
Por sua vez, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) avalia que é preciso realizar vigílias no Senado contra a corrupção. No ano passado, senadores cruzaram madrugadas em defesa dos aposentados.
No entanto, Cristovam avalia que, para que o movimento seja realmente eficiente, a pressão deve partir da sociedade para o Congresso. “Um país onde as pessoas não têm orgulho de seus políticos é um país sem futuro.”
Já o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é mais comedido. “Minha vontade é que isso acontecesse”, afirmou ao Congresso em Foco. Apesar de defender a cruzada anticorrupção, Demóstenes avalia que o movimento tende a ficar apenas no discurso.
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O partido de Demóstenes divulgou nota apoiando qualquer movimento contra a prática da corrupção no país. “Por unanimidade, a Comissão Executiva Nacional do Democratas decidiu nesta terça-feira, 3 de março de 2009, apoiar todos os movimentos de combate à corrupção no âmbito da sociedade e do Congresso Nacional”, afirma nota assinada pelo presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ).
Expulso da CCJ
Jarbas Vasconcelos foi retirado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado pelo líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL). A bancada peemedebista de senadores avalizou a retirada do pernambucano.
Na tribuna do Senado, Jarbas afirmou que, após a expulsão da CCJ, não aceitaria fazer parte de mais nenhum outro colegiado da Casa. (leia mais) O congressista pernambucano ressaltou que promover o debate sobre a corrupção era seu objetivo ao dar uma entrevista à revista Veja, na qual afirma que "boa parte do PMDB quer corrupção".
"O meu objetivo primordial foi atingido ao fazer com que uma parte expressiva da sociedade brasileira prestasse mais atenção no que ocorre no nosso país. Um quadro aterrador que até agora vinha sendo encoberto pelos bons resultados da economia. O resultado prático foi mostrar ao cidadão comum que vale a pena se indignar, que nem tudo está perdido, que compactuar com a corrupção não é pré-requisito para a carreira política. É extremamente necessário que algo seja feito, antes que essa degradação comprometa a nossa democracia, levando as novas gerações a um quadro de desalento para com o exercício da política." (Rodolfo Torres)
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