Editorial: a rendição do Congresso ao chiqueiro da política
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Durante a disputa pela liderança, Cunha teve alguns desentendimentos com Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que deixa a liderança hoje. Por isso, Alves passou a apoiar Mabel nos bastidores. Deputados comentam que, com o peemedebista fluminense no cargo, o partido teria maior independência com relação à cúpula partidária.
Henrique Eduardo Alves disse que, em sinal de respeito aos três candidatos, decidiu se abster da votação. Em rápido discurso antes da votação, não demonstrou apoio a nenhum dos candidatos, apesar de ter trabalhado nos bastidores pela eleição de Sandro Mabel.
O peemedebista goiano é considerado menos rebelde do que Cunha. No total, votaram 80 de 81 deputados. Somente Odílio Balbinotti (PMDB-PR) não compareceu à votação.Se Mabel vencesse, apontam deputados, a turma do deputado fluminense poderia despejar votos em Rose. Isso não deve acontecer.
Cunha vai assumir a bancada com suspeitas sob sua atuação. Ele é acusado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por usar, segundo a acusação, documentos falsos na tentativa – bem sucedida até o ano passado – de barrar uma investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro sobre irregularidades atribuídas à sua gestão no comando de uma estatal fluminense.
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Primeiro turno
Por um voto, Eduardo Cunha não venceu a disputa no primeiro turno. Ele recebeu 40 dos 80 votos. sandro mabel teve 26 e Osmar Terra 13. A situação para o peemedebista goiano era mais complicada, já que precisava herdar todos os votos do deputado do Rio Grande do Sul e ainda mudar pelo menos um do colega fluminense. A tarafa para Cunha era mais fácil, bastava manter seus apoios.
“Eu só preciso que vocês repitam seus votos”, disse Cunha, logo antes da votação começar. Ele disse que precisa ocorrer uma vitória sem qualquer tipo de contestação para o PMDB sair unido da eleição. Durante a campanha, uma das dúvidas nos bastidores era se “Se tem uma coisa que não me espanta é trabalho. Não sou candidato a nada. [Preciso dos votos de vocês] para que o PMDB possa fazer a diferença”, completou.
“Tem muita gente torcendo que o partido hoje iria naufragar. A gente vai mostrar outra coisa, a unidade do PMDB. Eis o resultado da maturidade política do PMDB”, disse Alves, pedindo para que Cunha e Mabel ficassem juntos e se cumprimentassem depois do resultado do segundo turno.
Terra, antes do segundo turno, anunciou apoio à candidatura de Mabel. “Dentro de uma democracia, a gente tem que mostrar a disposição da disputa”, disse o deputado goiano. Ele admitiu que tinha uma expectativa de votação maior. Então reforçou o pedido pelo apoio dos colegas. “Bancada precisa de cuidado, bancada precisa de atenção. Precisa de um líder que vá atrás dos seus deputados”, afirmou Mabel.
Mais cedo, Mabel disse que poderia recorrer à Justiça dependendo do resultado. Ele contestava a participação de Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e Marcelo Guimarães (PMDB-BA) no processo. Licenciados da Câmara, os dois retornaram à Casa no sábado. Seus votos eram dados como certos para Eduardo Cunha. Mesmo com a dúvida, os dois acabaram votando.
Outro partido que definiu seu novo líder hoje foi o DEM. A bancada demista conseguiu fechar um acordo para os próximos dois anos. A partir de amanhã, Ronaldo Caiado (GO) vai liderar o partido. No ano que vem, a tarefa ficará com Mendonça Filho (PE).
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