O deputado Edmar Moreira (DEM-MG), que renunciou ao cargo de segundo vice-presidente e corregedor da Câmara (veja aqui), enviou hoje (9) uma carta ao presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), onde afirma que saiu da Mesa Diretora por falta de apoio do seu partido. Para o parlamentar, que corre o risco de ser expulso do DEM, o que era para ser "um momento de alegria vem se tornando uma sangria desatada pautada em mentiras, inverdades, jogo de retóricas".
"A questão ganhou contornos insuportáveis quando meu próprio Partido não soube respeitar a prerrogativa regimental da candidatura avulsa, não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditório antes de se pronunciar publicamente por fatos totalmente infundados, exercendo verdadeira "perseguição pessoal" através de execração pública", escreveu Moreira.
Na carta a Temer, o deputado mineiro justifica sua atitude, explicando que precisa de tempo para se defender do que classificou de "mentiras" divulgadas contra ele. Edmar Moreira diz ainda que as acusações colocam em risco a integridade física e moral dele e de seus familiares. "Minha vida sempre foi pautada pela transparência e em total consonância com os princípios democráticos. Tenho quase 60 anos de serviço público e privado prestados com seriedade e honradez" afirmou.
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Ele, na carta, disse que considera coincidência de que as acusações, como o castelo avaliado em R$ 25 milhões e ser o campeão de gastos com segurança na Câmara, como mostrou o Congresso em Foco (leia aqui), vieram à tona logo após sua eleição como candidato avulso.
"Fica apenas a coincidência de que as infundadas acusações surgiram na exata semana da eleição para o cargo de segundo Vice Presidente na mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Apresento em caráter irretratável, a partir deste momento, o meu desligamento do cargo de segundo Vice-presidente ao qual fui eleito de forma legítima e democrática", finalizou. (Mário Coelho)
Leia a íntegra da carta:
"Minha vida sempre foi pautada pela transparência e em total consonância com os princípios democráticos. Tenho quase 60 anos de serviço público e privado prestados com seriedade e honradez. Estou no exercício de meu quarto mandato eletivo nesta Casa Legislativa, tendo sido sufragado por quase 100 mil eleitores no último pleito.
Na eleição para a Mesa Diretora realizada no último dia 02, postulei, através de prerrogativa regimental, o cargo de segundo Vice Presidente destinado ao partido ao qual estou filiado. Fui eleito com o apoio de 283 parlamentares que reconheceram minhas atribuições públicas e não sucumbiram às pressões antidemocráticas, tornando-me o único candidato avulso a fazer parte da atual Mesa Diretora. Agradeço desde já a todos que me apoiaram e aos demais Deputados e Deputadas que respeitam a vontade da maioria.
O que era para ser um momento de alegria vem se tornando uma sangria desatada pautada em mentiras, inverdades, jogo de retóricas, que resultam em ataques sem qualquer respaldo empírico e de forma indiscriminada, extrapolando os limites da natureza humana, colocando em risco a minha integridade física e moral bem como a de meus familiares.
A questão ganhou contornos insuportáveis quando meu próprio Partido não soube respeitar a prerrogativa regimental da candidatura avulsa, não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditório antes de se pronunciar publicamente por fatos totalmente infundados, exercendo verdadeira "perseguição pessoal" através de execração pública.
A verdade foi esquecida. Questões como o fato de que a prioridade objeto de tanta celeuma foi construída de 1982 até 1990, antes de meu primeiro mandato eletivo tornou-se irrelevante. O fato da referida propriedade estar registrada e declarada no imposto de renda dos meus filhos desde 1993 também não foi averiguado. Até mesmo a inércia em buscar no público cartório de registro de imóveis quem seriam os proprietários da fazenda, para verificar em qual imposto de rende deveria estar declarada, passa a ser irrelevante diante da real pretensão e do dano decorrente de irresponsável ilação e prejulgamento a que fui submetido.
Fica apenas a coincidência de que as infundadas acusações surgiram na exata semana da eleição para o cargo de segundo Vice Presidente na mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Apresento em caráter irretratável, a partir deste momento, o meu desligamento do cargo de Segundo Vice-presidente ao qual fui eleito de forma legítima e democrática.
O presente desligamento se faz necessário diante da ausência de resplado de meu próprio Partido para o exercício do cargo, bem como para que possa concentrar meus esforços no sentido de responsabilizar aqueles que se valeram das inverídicas imputações.
Atenciosamente,
Deputado Federal Edmar Moreira"
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