O governo só desapropriou as primeiras terras em 2013 no mês de outubro. Foram oito áreas naquele mês e outras 92 desapropriadas no final de dezembro. No último dia 27, a presidenta Dilma Rousseff comemorou o cumprimento da meta pelo governo em seu microblog. “Assinei hoje decreto desapropriando 92 áreas para #ReformaAgrária. Com as 8 áreas que já tinham sido desapropriadas ao longo de 2013 chegamos a 100 desapropriações. Assim, cumprimos a nossa meta de 2013 e nosso compromisso com a #ReformaAgrária”, escreveu no Twitter.
Coordenadora da Comissão Pastoral da Terra Nordeste e uma das autoras do balanço divulgado pela CPT, Marluce Melo diz que não há motivo para comemorações. “Ela cumpriu a meta que estabeleceu em outubro, que era desapropriar 100 áreas. Uma meta improvisada e medíocre”, disse a coordenadora em entrevista ao Congresso em Foco.
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Para Marluce, o Brasil chegou ao pior momento de sua política de reforma agrária. “Não é que o governo Dilma seja pior do que os outros. É um processo que chegou ao pior ponto. O mercado da terra começou com FHC. E Lula o manteve, apesar de ter diminuído o passivo dos acampados num primeiro momento. Mas depois teve a oportunidade de fazer diferente, com o Plano Nacional da Reforma Agrária, que até hoje não foi implementado”, critica. No início do governo Lula, cerca de 570 mil famílias estavam envolvidas na luta pela terra.
Segundo Marluce, Dilma não tem coragem de contrariar interesses do agronegócio, por ser refém da bancada ruralista no Congresso, nem de mexer nas terras improdutivas ou devolutas. “Somados os dois (terras públicas devolutas e as terras improdutivas) são mais de 500 milhões de hectares de terras que, em tese, estariam aptas para se realizar a maior reforma agrária do mundo, sem mexer nas terras do agronegócio. Já que a presidente não tem coragem”, diz a coordenadora da CPT Nordeste.
Veja a íntegra do balanço da CPT sobre a questão agrária em 2013
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