Renata Camargo
A ex-senadora do PV Marina Silva rebateu nesta quinta-feira (12) as acusações feitas ao marido dela, Fábio Lima, pelo relator do novo Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na noite de terça (11), durante a tentativa de votação do projeto na Câmara.
Presente na sessão de votação de ontem, Marina publicou em seu twitter a mensagem: “Estou no plenário da Câmara. Aldo Rebelo apresentou um novo texto, com novas pegadinhas, minutos antes da votação. Como pode ser votado?!”
Ciente da mensagem, Aldo Rebelo pediu a palavra em plenário e afirmou que Marina o havia acusado de “fraudar” o texto do novo código. “Marina postou em seu twitter que eu fraudei o texto. Quem fraudou contrabando de madeira foi o marido de Marina Silva”, disse Aldo com voz exaltada.
O deputado se referia a denúncias publicadas no ano passado sobre envolvimento do marido de Marina, Fábio Lima, em fraudes contra o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Em coletiva nesta quinta, Marina considerou a acusação Aldo como “levianas”.
“Não tenho nenhum receio. Essas acusações são falsas e levianas. De cabeça erguida, com a consciência tranquila, diante de Deus e dos homems, não vamos permitir que isso seja uma cortina de fumaça para sair do debate que interessa, que são os retrocessos promovidos na legislação ambiental brasileira”, disse a ex-senadora.
Marina afirmou que as suspeitas levantadas contra seu marido foram feitas na época em que ela era ministra do Meio Ambiente. Segundo a ex-senadora, as acusações foram feitas em resposta a operações de combate ao desmatamento feitas durante sua gestão. As ações, afirmou Marina, levaram mais de 700 pessoas à prisão e aplicaram mais de R$ 4 bilhões em multas.
No bate-boca no plenário, Aldo afirmou que Marina Silva teria pedido a ele para evitar que Fábio Lima fosse chamado ao Congresso para se explicar sobre as acusações. Na época, Rebelo era líder do governo na Câmara. A ex-senadora negou que tenha feito o pedido. Segundo Marina, o requerimento para convocar Fábio foi feito pela oposição.
“Até ontem eu imaginava que o encaminhamento do líder de não se fazer o depoimento era pelo seu convencimento sobre a justeza da causa. Se não tinha o convencimento, não deveria ter encaminhado a suspensão dos pedidos feitos por aquelas pessoas”, rebateu.
Em nota, o líder do PV na Câmara, Sarney Filho (MA), classificou as acusações como “denúncia vazia, covarde, feita por criminosos que queriam vingança contra quem comandava a ação do Estado para impor a lei”. O ato de desagravo protocolado pelo PV será lido em plenário.
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