Um dos vice-líderes do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), criticou duramente a declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o Executivo vai pedir ao Congresso a devolução da proposta orçamentária por causa da rejeição da proposta que prorrogava a CPMF.
"As atividades orçamentárias ficam suspensas. Provavelmente vamos retirar o Orçamento para ajustá-lo e vamos mandar uma outra mensagem para o Congresso”, declarou o ministro em entrevista coletiva no início da tarde (leia mais).
"O senhor leia a Constituição, porque não pode retirar o orçamento do Congresso", disse Dornelles, ex-ministro da Fazenda, da Indústria e Comércio e do Trabalho, em aparte ao discurso do senador Paulo Paim (PT-RS). Segundo ele, os parlamentares têm condições de ajustar a proposta orçamentária, "em seis dias", para reparar os R$ 40 bilhões que o governo vai deixar de arrecadar no próximo ano com a extinção da CPMF a partir do dia 31 de dezembro.
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"O Legislativo terá de fazer os ajustes. O Executivo não pode achar que o orçamento é só dele", reclamou Dornelles, visivelmente irritado. "Tenho certeza de que o senador José Maranhão [presidente da Comissão Mista de Orçamento] não vai permitir isso", acrescentou.
Mas não foi apenas quem votou a favor da prorrogação da contribuição, como o senador fluminense, que demonstrou contrariedade às declarações do ministro da Fazenda. Um dos principais críticos do governo Lula, o senador Mão Santa (PMDB-PI) foi curto e grosso ao se referir a Mantega. "Vai criar vergonha na cara, aloprado Guido Mantega!", disse, logo após Dornelles, aos gritos. (Edson Sardinha)
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