O dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse em delação premiada que fez doações eleitorais aos deputados Paulinho da Força (SD-SP), ex-presidente da Força Sindical, e Luiz Sérgio (PT-RJ), atual relator da CPI da Petrobras, para evitar greves em obras de suas empresas. Segundo Pessoa, as doações foram feitas para garantir acesso aos congressistas ligados aos movimentos sindicais. As informações são da Folha de S.Paulo.
Nos depoimentos, o empreiteiro contou que em 2011 houve uma paralisação na construção da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, com queima de cem ônibus e destruição de canteiros de obras. Segundo ele, a greve provocou um efeito dominó, desencadeou uma mobilização de trabalhadores em outras obras do PAC, o que deixou as empreiteiras preocupadas.
Assim sendo, a UTC fez doação oficial de R$ 200 mil para campanha de Luiz Sérgio, com objetivo de evitar paralisações em um dos principais contratos executados pela companhia, a montagem de equipamentos da usina nuclear de Angra 3, no município de Angra dos Reis (RJ).
O deputado petista, prefeito de Angra entre 1993 e 1996, também foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).Luiz Sérgio também já foi ministro da Secretaria de Relações Institucionais no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
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Já a campanha de Paulinho da Força recebeu R$ 500 mil da UTC nas eleições de 2012 (quando o deputado concorreu à Prefeitura de São Paulo). Segundo Pessoa, o financiamento foi motivado pelas obras da usina de São Manoel, na divisa entre Pará e Mato Grosso. A licitação da hidrelétrica foi vencida pela construtora Constran, do grupo UTC. Os sindicatos da região são ligados à Força Sindical, berço político de Paulinho e do Solidariedade.
Ao jornal, os deputados Luiz Sérgio (PT-RJ) e Paulinho da Força (SDD-SP) negaram ter recebido doações eleitorais da empresa UTC para evitar greves em obras da companhia.
Luiz Sérgio diz que a contribuição da UTC não tem nada de ilícito ou imoral e “soa como um elogio”. “É uma doação legal, de um empresário forte que me reconhece como tendo uma boa interlocução com um movimento social”.
Paulinho da Força diz que nunca sugeriu a Pessoa que iria ajudar a evitar greves.”Ele nunca tocou nesse assunto comigo”, disse o deputado, atual presidente do partido Solidariedade.
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