Em meio ao nervosismo do mercado por conta das mudanças na equipe econômica do governo Lula, o dólar encerrou em alta de 1,7% por cento, a R$ 2,209. A moeda norte-americana chegou a avançar 2,9%, sendo cotada a R$ 2,235. O risco-país ficou em 238 pontos, alta de 2,14% em relação ao fechamento de ontem.
Ambos os indicadores se estabilizaram nesses valores no início da tarde, com as reiteradas declarações do ministro Guido Mantega de que não haverá mudanças na política econômica e a confirmação de que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, permanecerá no cargo.
"A atribuição de nomear ou não nomear o presidente do Banco Central é do presidente da República. Então nada muda em relação ao Banco Central", afirmou Mantega em entrevista coletiva.
A Bolsa de Valores de São Paulo registrou queda de 2,54% e voltou para os 36.682 pontos (volume financeiro de R$ 2,785 bilhões). A retração, no entanto, não pode ser creditada exclusivamente à troca de ministros. O mercado financeiro também repercutiu a decisão do Banco Central americano, o Fed, de elevar a taxa de juro em 0,25 ponto percentual, para 4,75% ao ano. Foi a 15ª elevação consecutiva dos juros do banco desde o início do ciclo de altas inaugurado em junho de 2004, quando a taxa estava em 1% ao ano.
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Para os próximos dias, a expectativa é de que os investidores mantenham a postura de cautela, esperando a definição da equipe do Ministério da Fazenda e da linha a ser adotada por Mantega. Dois dos principais auxiliares de Palocci pediram demissão. Murilo Portugal deixou a secretaria-executiva do ministério logo após o anúncio do nome de Mantega. Hoje, foi a vez do secretário de Tesouro, Joaquim Levy, confirmar sua saída.
Segundo o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, a tensão inicial do mercado financeiro deverá se acomodar rapidamente. "A oscilação inicial é muito própria do mercado", disse.
A mesma tendência foi apontada pelo presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Marcio Cypriano, que afirmou que o novo ministro "não assusta em hipótese alguma". De acordo com Cypriano, Mantega tem condições de conduzir a economia com responsabilidade.
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