O documento foi publicado pelo jornal O Estado de São Paulo. Com apenas cinco páginas, o material narra problemas enfrentados pela Secretaria de Comunicação de Dilma e uma gradativa redução de popularidade da presidente, principalmente nas redes sociais. Por conta disso, o texto sugere que o PT precisa fazer uma ofensiva em sites, redes sociais e em blogs alinhados ao governo para reconquistar o eleitor.
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Conforme as observações feitas por esse documento interno, as razões para a perda da popularidade da presidente são: “os escândalos de corrupção (31%), aumento da inflação (28%) e o fato de o governo ‘não cumprir o que promete (16%)”.
“As responsabilidades da comunicação oficial do governo federal e as do PT/Instituto Lula/bancada/blogueiros são distintas. As ações das páginas do governo e das forças políticas que apoiam Dilma precisam ser muito melhor coordenadas e com missões claras”, descreve o documento. “A guerrilha política precisa ter munição vinda de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele”, analisa.
Segundo a Folha de S. Paulo o texto seria de autoria do ministro Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação. O documento vem a público justamente no momento em que setores do PT e a própria Dilma tem criticado o trabalho da pasta.
Na análise da Secretaria de Comunicação, ao invés de pedir “paciência” aos eleitores, a presidente precisa responder questões relacionadas ao aumento da gasolina e demais tarifas públicas ou implementar ações mais efetivas de combate à corrupção, por exemplo. “Sem responder claramente a essas perguntas (problemas na economia e corrupção) não há como a militância se sentir respeitada de novo e, de novo, defender o governo. É preciso aceitar a mágoa desses eleitores, reconquistá-los”, aponta o documento.
“Óbvio que essa reconquista não é apenas um trabalho de comunicação. Não adianta falar que a inflação está sob controle quando o eleitor vê o preço da gasolina subir 20% de novembro para cá ou a sua conta de luz saltar em 33%. O dado oficial IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) conta menos do que ele sente no bolso. Assim, como um senador tucano na lista da Lava Jato não altera o fato de que o grosso do escândalo ocorreu na gestão do PT”, admite o setor de Comunicação de Dilma.
Apesar dos problemas, o setor de comunicação da Dilma admite que o governo federal já iniciou uma reação. “A entrevista presidencial desde dia 16 foi um excelente início. Ao falar com firmeza sobre o seu compromisso com a democracia, explicar de forma fácil a necessidade do ajuste fiscal e assumir falhas como a da condução do Fies (Fundo de Incentivo ao Ensino Superior), a Presidente deu um rumo novo na comunicação do governo. Não pode parar”, relaciona.
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