Mário Coelho
Integrantes da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) se reúnem na tarde desta sexta-feira (8) para discutir a volta do deputado Leonardo Prudente (sem partido) à presidência do poder Legislativo local. A reunião, a ser realizada em lugar ainda ignorado, foi convocada pelo vice-presidente da Casa, Cabo Patrício (PT). Apesar de ter tirado uma licença de 60 dias, Prudente acabou retornando ao cargo em 30 de dezembro.
A intenção de Patrício é tentar convencer Prudente a sair novamente do cargo. A oposição acredita que a presença dele na presidência será suficiente para contaminar os trabalhos na Câmara Legislativa. A partir da próxima semana, os distritais voltam do recesso parlamentar para instalar a CPI da Corrupção e a comissão especial que vai analisar os pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido). Os processos por quebra de decoro envolvendo oito parlamentares, incluindo Prudente, ficaram para fevereiro.
Prudente é apontado no Inquérito 650DF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como um dos beneficiados pelo esquema de propina envolvendo membros do Executivo e do Legislativo mais conhecido como mensalão do Arruda. Ele foi flagrado, em gravação de vídeo, colocando dinheiro nas meias. Além disso, aparece em outra filmagem rezando, junto com o deputado Junior Brunelli (PSC), pela vida do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa, responsável pelo pagamento dos subornos.
A volta de Prudente gerou críticas do PT e da Ordem dos Advogados do Brasil. A bancada petista na Câmara chegou a protocolar um memorando pedindo a cópia do ato que autorizou a volta de Leonardo Prudente à presidência da Casa. Na sexta-feira (1º), o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, classificou a volta como “um descaro indescritível”. Para ele, não poderia haver “desfecho mais lamentável para o 2009 do contribuinte brasiliense”.
Deixe um comentário