Mário Coelho
Após reunião de aproximadamente duas horas na sala da presidência da Câmara Legislativa, os deputados distritais não chegaram a um consenso sobre o apoio ao novo governador interino do Distrito Federal, Wilson Lima (PR). Com a renúncia de Paulo Octávio à vice-governadoria, o parlamentar assumiu a chefia do Executivo na tarde desta terça-feira por ser o segundo na linha sucessória da capital do país. Enquanto a oposição não apoia seu governo, deputados da base aliada colocam confiança no trabalho de Lima.
Para o líder do PT, Paulo Tadeu, apoiar Lima cria uma situação complicada. Como ele é interino, pode sair do cargo a qualquer momento. Para isso acontecer, basta que o Supremo Tribunal Federal (STF) conceda a liberdade para o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido), detido desde 11 de fevereiro na Superintendência de Polícia Federal em Brasília. Arruda e outras cinco pessoas foram presas por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por tentar subornar uma testemunha do inquérito 650DF, que gerou a Operação Caixa de Pandora. “Ele pode ser governador por 48 horas apenas”, disse Paulo Tadeu, referindo-se ao julgamento do habeas corpus de Arruda na quinta-feira (25) pelo Supremo.
De acordo com o petista, a reunião desta noite não adiantou para trazer consenso na Câmara. Está programado mais um encontro dos distritais para amanhã, às 14h30. A intenção é chegar a uma posição comum entre governistas e opositores. Até o momento, o único fato que une os dois lados é o desejo que a intervenção federal, proposta pela Procuradoria Geral da República (PGR), não seja aprovada pelo STF. “Enquanto Arruda não renunciar, não tem como cobrar governabilidade. Paulo Octávio tentou e não conseguiu”, disse o petista.
Já o deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), que ocupa a segunda-secretaria da Câmara e é corregedor ad hoc dos processos de quebra de decoro parlamentar dos oito distritais envolvidos no mensalão do Arruda, diz ser natural o apoio a Lima. “Ele está assumindo o governo como presidente da Câmara. Vejo como natural o apoio, é o cumprimento da linha sucessória”, afirmou. Ele acrescentou que o novo governador deve buscar, também, o apoio de entidades civis para governar. Porém, para Ribeiro, o primeiro passo é conhecer a estrutura do GDF mais de perto.
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