Edson Sardinha |
A disputa por um feriado de 21 de abril maior foi acirrada principalmente entre os partidos da base aliada, reflexo da maioria do governo na Câmara, onde o bloco governista é composto, em teoria, por 394 deputados (76,8%). O esvaziamento do Congresso provocou situações inusitadas nas bancadas estaduais. Nenhum dos oito deputados do Rio Grande do Norte, por exemplo, compareceu à Câmara. Com o mesmo número de parlamentares, Roraima se viu representada, ao longo da semana, apenas pelo deputado Pastor Frankembergen (PTB). Na outra ponta, a bancada do Espírito Santo se destacou como a única a firmar presença total na Casa. O mais vacilante dos aliados também foi o partido que registrou o maior número de ausências. Divididos entre ser oposição ou situação, 64,8% dos 54 deputados do PP não compareceram a Brasília. Leia também O PTB foi outro que deixou muitas cadeiras vazias em plenário. Dos 52 petebistas, apenas 22 registraram presença em pelo menos uma das sessões deliberativas. Em termos absolutos, o número de ausentes do PMDB, segunda maior bancada na Câmara, foi mais expressivo. Ao todo, 31 (39,74%) dos 78 peemedebistas deram o ar da graça entre segunda e terça-feira. Tradicionalmente conhecido pela assiduidade de sua bancada às votações, pouco mais de um 1/3 dos 90 deputados petistas faltou a todas as votações. Índice semelhante ao apresentado pelo bloco PL-PSL. Entre os 45 liberais, 16 devem ter seus pontos cortados, caso não apresentem justificativa plausível nos próximos dias. Acompanhando o líder ausente, o PSDB ficou em cima do muro. Metade do partido veio a Brasília; a outra, não. Segundo assessores da liderança, parte da bancada poderá justificar sua ausência por estar participando de um seminário sobre educação. Já o líder tucano, Custódio Mattos (MG), teria se deslocado às pressas até o Rio de Janeiro para acompanhar o nascimento do neto. Reduzido a duas cadeiras, outro opositor do governo, o Prona, demonstrou que está bem afinado: nenhum de seus parlamentares veio a Brasília. Com isso, coube ao PFL o papel de adversário mais presente. Independente da liberação da pauta, 39 (61,91%) dos 63 pefelistas participaram de pelo menos uma das sessões deliberativas. Aliado governista, o PV acabou se firmando como o mais bem-comportado em plenário. A única ausência do partido, o deputado Leonardo Mattos (MG), não terá dificuldades para recuperar a integralidade do vencimento de abril. Situação semelhante é compartilhada pelos deputados Nilson Mourão (PT-AC), Jamil Murad (PCdoB-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que, assim como Mattos, participaram de missão oficial no Oriente Médio durante a semana passada. A Secretaria-Geral da Mesa não soube informar se havia outros parlamentares representando a Câmara em atividades externas. Colaborou Viviane Nunes |
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