Oito diretórios municipais do PT afirmaram não ter recebido os encartes e revistas que o governo federal produziu em 2005 exaltando suas realizações no ano anterior. A posição dos diretórios contradiz a versão do Palácio do Planalto, que alega ter repassado esse material diretamente ao partido. Segundo reportagem da revista Veja desta semana, publicações confeccionadas a pedido do Planalto teriam sido entregues a diretórios do partido para que fosse feita a distribuição. Os impressos exaltam ações do governo Lula e criticam as gestões anteriores.
Segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo não conseguiu comprovar a distribuição de 2 milhões dos 5 milhões de folhetos confeccionados. O custo total do material foi de R$ 11 milhões. O governo alega que a publicação não foi encaminhada à Secretaria de Comunicação (Secom), que a encomendou, mas aos diretórios municipais do PT, para que a distribuição ocorresse sem custos para o governo.
A versão nos diretórios, porém, é outra. "O que chega é material de campanha do Lula; do governo, nunca veio nada", afirmou Kleber Frizzera, presidente do diretório de Vitória (ES). O PT de Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Salvador (BA), Manaus (AM), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Teresina (PI) também disseram não ter recebido o material.
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Em Santa Catarina, o presidente do diretório estadual, Nelson Müller, afirmou que havia algumas cartilhas na sede, mas trazidas por lideranças que visitaram Brasília. Não houve remessa, diz. "Tomamos cautela. Governo é governo. Partido é uma outra instância", pondera.
Em Mato Grosso do Sul, o presidente do PT estadual, Mariano Cabreira, também negou ter recebido o material. "Mas se tivessem me mandado, eu teria distribuído. Não vejo nenhum crime de lesa-pátria nisso. Qual o problema em fazer propaganda para o governo que eu ajudei a eleger? O PSDB sempre fez isso", argumentou.
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