O diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, entregou nesta sexta-feira (13) uma carta ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), pedindo exoneração do cargo. O peemedebista acatou o pedido. A informação é da assessoria de Sarney.
Ontem, o Correio Braziliense publicou reportagem na qual destaca que Zoghbi “é suspeito de repassar aos filhos um apartamento funcional de 180 metros quadrados na Asa Norte”. “Cotado para ser o novo diretor-geral da Casa e responsável pela folha de pagamento de R$ 2 bilhões anuais, Zoghbi recebeu o aval para morar no imóvel público em 1999, mas teria entregue as chaves aos filhos, enquanto permaneceu vivendo numa luxuosa casa de 776 metros quadrados adquirida em 1992 na QI 25 do Lago Sul, próxima à Ponte JK”, afirma o Correio.
Por sua vez, Zoghbi publicou nota ainda na quinta-feira afirmando que ocupa o apartamento funcional desde 1999, “arcando com todas as despesas do apartamento, incluindo condomínio e taxa de ocupação regulamentada pelo governo”. “Devido a problemas familiares ocorridos, por um período, a ocupação do imóvel funcional se restringiu a parte da família”, afirma a nota, complementando que já era intenção do servidor desocupar o imóvel funcional.
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Apesar da exoneração, Zoghbi continua como funcionário efetivo do Senado.
Agaciel
A questão imobiliária também está no cerne do recente afastamento do então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. No início do mês, Sarney exonerou Agaciel após reportagem da Folha de S. Paulo, que revela que o ex-diretor da Casa usou o irmão e deputado João Maia (PR-RN) “para ocultar a propriedade de uma casa de R$ 5 milhões”.
“Eu comprei [o imóvel], mas não podia pôr no meu nome porque eu estava com os bens indisponíveis. Então, na época, em vez de comprar no meu nome, eu comprei no nome do João”, disse Agaciel ao jornal.
Confira a íntegra da nota divulgada na quinta (12/03) por Zoghbi
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O servidor do Senado Federal João Carlos Zoghbi não é possuidor de imóvel no Distrito Federal e, na qualidade de Diretor e preenchendo todos os requisitos legais estabelecidos pelo Senado Federal e pelo Patrimônio da União, ocupa, desde 1999, o imóvel funcional apartamento 202 do Bloco D da SQN 112, arcando com todas as despesas do apartamento, incluindo condomínio e taxa de ocupação regulamentada pelo governo.
Anteriormente, alugava desde 1992 uma casa na SHIS QI 26 conjunto 4 casa 3, Lago Sul, para onde se mudou naquela época, após ter vendido casa, de sua propriedade, à SHIS QI 9 conjunto 5 casa 16 – endereço que originou a inscrição de seu título de eleitor na Zona Eleitoral da QI 7 do Lago Sul – imóvel adquirido com recursos próprios oriundos de herança, de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal e da venda de um apartamento à SQS 313, bloco A, ap. 603, adquirido mediante venda do imóvel ap. 603, bloco I, à SQS 205, e contração de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal.
Em 1992, ao se desfazer do imóvel à SHIS QI 9, prestou auxílio financeiro ao filho Ricardo Araújo Zoghbi, na aquisição de um lote, à SHIS QI 25, conj. 4 lote 2, onde, desde então, a família vem construindo uma casa – ainda inacabada – e para a qual têm sido usados recursos oriundos de financiamentos junto à Caixa Econômica Federal – via Construcard – e salários.
Mais recentemente, estando o imóvel parcialmente em condições de habitabilidade, a família passou a usá-lo precariamente, sem o desligamento total do imóvel funcional.
Devido a problemas familiares ocorridos, por um período, a ocupação do imóvel funcional se restringiu a parte da família.
Ocorre que, em virtude de reiteradas reclamações de vizinhos e do próprio condomínio, que vinham se sentido prejudicados por inúmeros vazamentos, foi necessária uma reforma estrutural no imóvel funcional (instalações elétricas e hidráulicas), que teve início em junho de 2008, e ainda se encontra em fase de conclusão. Portanto, permanece o imóvel desocupado por todo este período.
A par de serem verdadeiras as informações acima prestadas, já era intenção do servidor João Carlos Zoghbi desocupar o imóvel funcional, motivo pelo qual, para que não haja qualquer dúvida, ele já protocolizou pedido de devolução do imóvel junto à Primeira Secretaria do Senado Federal.
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