A CPI dos Grampos ouve hoje (20), a partir das 14h30, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda. A iniciativa de prestar esclarecimentos aos parlamentares partiu do próprio Lacerda.
Ele decidiu rebater declarações do banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, que disse aos deputados, na semana passada, que o diretor-geral da Abin articulou a Operação Satiagraha como represália à divulgação de um suposto dossiê na época em que Lacerda comandava a Polícia Federal (leia mais). O material, que atribuía contas no exterior ao então diretor-geral da PF, foi divulgado pela revista Veja em 2004. Dantas nega ter repassado os papéis à revista.
O banqueiro foi preso duas vezes pela Operação Satiagraha, em julho deste ano, juntamente com mais de 20 pessoas acusadas de crimes como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha.
Segundo nota divulgada pela Abin, Lacerda ofereceu-se para depor na CPI para prestar esclarecimentos sobre as atividades da agência.
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O depoimento dele já havia sido pedido pelos deputados Vanderlei Macris (PSDB-SP), Raul Jungmann (PPS-PE), Márcio Junqueira (DEM-RR) e Gustavo Fruet (PSDB-PR). Eles querem saber se a Abin participou da Operação Satiagraha e sobre a suposta interferência do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, em investigações da agência.
De acordo com reportagens publicadas pela imprensa, Carvalho teria prometido ao advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) que verificaria o andamento de investigações envolvendo Daniel Dantas na Abin e na PF. A conversa entre os dois foi obtida por meio de escuta telefônica.
Após o depoimento de Paulo Lacerda, a CPI dos Grampos ouvirá os delegado federais Alessandro Moretti e Marcílio Zocrato a respeito da Operação Ferreiro, deflagrada em junho deste ano em São Paulo e Minas Gerais. Na ocasião, a PF prendeu uma quadrilha acusada de quebrar o segredo de Justiça em processos de interceptação telefônica, de acessar dados cadastrais de clientes das operadoras de telefonia e de executar grampo clandestino. (Da redação)
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