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O empresário Marcos Valério Fernandes pretende desconstruir a versão de que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não tinha conhecimento dos empréstimos contraídos por suas empresas para o PT. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Valério diz que Dirceu era o “avalista político” dos financiamentos obtidos por suas empresas junto a instituições financeiras e repassados a nomes indicados pelo partido. "Por que você acha que os bancos emprestaram? Algum banqueiro deste país daria o aval para Delúbio e Valério? Os bancos só deram aval porque sabiam que por trás tinha um conforto, uma garantia", afirmou em alusão ao ex-ministro da Casa Civil. Em tom ameaçador, Valério disse que vai contar tudo o que sabe, mas não de uma vez. “Vou contar devagarinho e vou fazer um estrago, um barulhão", avisou. Em entrevista à TV Globo ontem, Valério disse que deseja depor novamente na CPI dos Correios para contar toda a verdade. Leia também "Nos dois últimos anos, eu fui a pessoa mais íntima do Delúbio. Ele me disse que Zé Dirceu sabia das dívidas do partido, que Zé Dirceu sabia dos compromissos com os outros partidos da base. Delúbio assumiu mais compromissos do que realmente poderia. Além de Zé Dirceu, todo mundo na cúpula do PT sabia dos empréstimos de Delúbio e das transferências para diretórios do PT e para partidos aliados", contou ao Estado. De acordo com ele, Dirceu era avisado pelo ex-tesoureiro do PT a cada novo financiamento obtido para o partido. Os repasses totalizam, segundo Valério, R$ 55,8 milhões. Ele isentou, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do acordo. "O presidente Lula não sabia e Delúbio nunca me contou nada com o nome dele.” Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, na última terça-feira, o ex-ministro garantiu não ter conhecimento das irregularidades praticadas pela Executiva Nacional do PT. "Sei da gravidade dos erros que setores da direção do PT cometeram na campanha de 2004, mas quero repetir que só respondo pelo que decidi, participei e autorizei", afirmou. |
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