Os saques das contas do empresário Marcos Valério não têm qualquer relação com votações de projetos na Câmara, disse o deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP). Ele concede, neste momento, uma entrevista coletiva para contestar o parecer do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que pediu, no Conselho de Ética, a cassação do mandato do petista.
O ex-ministro apresentou um estudo, já entregue à CPI do Mensalão, que atestaria a tese de que o pagamento de recursos não declarados pelo PT a partidos da base está relacionado com compromissos feitos na campanha de 2002. Segundo o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o dinheiro pago pelos petistas aos aliados, apelidado de mensalão, era uma forma de garantir apoio ao governo no Câmara.
As reformas aprovadas no Congresso, afirmou o ex-ministro, tiveram o apoio de governadores, prefeitos e até das oposições. Os problemas, quando existiram, eram gerados dentro do próprio PT e não nos partidos da base aliada.
O ex-ministro contestou um dos exemplos dados por Delgado para demonstrar relação entre votações e saques: a análise da MP 113, que liberou a venda de alimentos transgênicos na safra de 2003. Ele disse que a votação da matéria gerou polêmica entre todas as bancadas.
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Dirceu negou que teria mantido contatos com dirigentes dos bancos Rural e BMG, bancos que concederam empréstimos para o PT, para favorecer o partido. O petista reforçou que as acusações contra ele são uma falácia e que, até hoje, não há provas de que o mensalão exista. “Até porque as CPIs para investigá-lo ainda não estão concluídas”, afirmou.
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