O ex-ministro José Dirceu negou hoje (9) que a candidatura do líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), à presidência da Casa, seja uma articulação entre ele e a ex-prefeita Marta Suplicy. A acusação foi feita ontem (8) pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE).
Dirceu falou à rádio Eldorado e afirmou que a candidatura de Chinaglia é unanimidade na bancada do PT e na direção do partido.
"Não tive nenhuma participação nessa decisão. Não sou nem deputado nem dirigente do PT", disse. De acordo com Dirceu, Chinaglia tem ainda o apoio da maioria do PMDB. "As declarações do presidente do PMDB, Michel Temer, são claras, deixando evidente que essa terceira via é inviável", afirmou.
O deputado cassado também afirmou que a candidatura alternativa à presidência da Câmara é uma “candidatura da oposição travestida de terceira via”. "Essa terceira via não é terceira via, pois o deputado Raul Jungmann foi ministro do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e é aliado do PSDB e da oposição. É uma candidatura da oposição travestida de terceira via", analisou.
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"Tentar deslegitimar a candidatura de Arlindo Chinaglia ou de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) porque eles são de partidos que apóiam o governo não fica bem para o deputado Raul Jungmann e para nenhum desses deputados", disse.
Segundo Dirceu, a oposição tem direito de tentar eleger o presidente da Câmara, mas sem o pretexto de moralizar a Casa.
"Essa plataforma que eles apresentaram não é exclusiva deles. A bancada do PT apóia essa plataforma de adotar todas essas medidas que a Câmara precisa adotar. Não é verdade que essa bandeira da moralidade é apenas desses deputados", afirmou.
"Na verdade não existe essa candidatura alternativa e não existe esse movimento. Esses deputados, que aliás não são 30, como disse o próprio deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que participou da reunião, não têm força na Câmara ainda que tenham legitimidade para disputar a presidência", concluiu.
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