Em sua defesa da tribuna do Plenário, o deputado José Dirceu (PT-SP) disse que vai defender até o último momento o seu mandato parlamentar. “Não vou assumir aquilo que não fiz, não assumo”, discursou Dirceu. "Não tive participação direta e indiretamente no repasse de recursos (para partidos da base aliada)", completou.
Segundo Dirceu, não existe mais "cassação política no país". “Não aceito ser cassado por ter sido presidente do PT, por ter sido coordenador de campanha do presidente Lula, por ter sido ministro da Casa Civil", enumerou Dirceu, que recebera apenas três salvas de palmas em sua fala que já dura mais de meia hora.
Embora tenha admitido que cometeu "erros políticos", sem especificar quais, Dirceu disse que não cometeu qualquer ilícito. "Não sou réu confesso", disse. "Não é aqui e agora (que vou admitir isso)", ressaltou.
O ex-ministro da Casa Civil rebateu todos os casos de quebra de decoro listados pelo relator Júlio Delgado (PSB-MG). Disse que não fez negociatas com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza ou favoreceu os bancos Rural, BMG e os fundos de pensão.
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Negou ainda ter ajudado sua ex-mulher Ângela Saragoça a arranjar um emprego e um empréstimo nessas duas instituições bancárias agora investigadas pela CPI dos Correios. "Não posso, não devo, não te ajudo, não tenho condições", disse Dirceu. "Estou separado dela há 15 anos", destacou.
Dirceu também repeliu ter feito tráfico de influência dentro da Casa Civil para seu filho Zeca Dirceu (PT), prefeito de Cruzeiro do Oeste (PR), e participado de quaisquer negociações com o publicitário Duda Mendonça e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. "Não posso aceitar denúncias vazias, tenho que repeli-las", afirmou.
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