O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu rebateu a acusação de que chefiava um esquema responsável por esconder a origem do dinheiro que era fornecido ao Corinthians por meio da parceria com a MSI, empresa de propriedade do russo Boris Berezovsky. O empresário vive na Inglaterra e é acusado pela Justiça russa por fraudes financeiras “e até assassinato”, conforme declara a revista Veja.
A denúncia foi publicada na mais recente edição de Veja, que ressalta que teve acesso a um relatório da Polícia Federal onde são “descritas as atividades de uma turma da pesada que, conectada à quadrilha que maculava a história do Corinthians, praticava ‘tráfico de influência, advocacia administrativa e favorecimento pessoal’. O chefe dessa turma é ninguém menos que José Dirceu”, afirma a publicação.
O ex-ministro classificou a matéria como “totalmente mentirosa” e disse que vai processar a revista. “Como já afirmei várias vezes, fui vítima de uma interceptação telefônica autorizada por um juiz federal, a pedido do Ministério Público, no caso MSI-Corinthians, e como na quebra de meu sigilo telefônico, bancário e fiscal pela CPI dos Correios, nada foi encontrado que me comprometesse com o caso MSI-Corinthians ou com qualquer questão relacionada a Boris Berezovsky”, declara Dirceu.
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“É mais um caso escandaloso de abuso da liberdade de imprensa que está se tornando uma norma da citada revista. Mais grave ainda é a tentativa permanente da revista Veja de criminalizar minhas atividades de consultor e advogado”, complementa o ex-ministro.
Dirceu teve o mandato de deputado federal cassado em 2005. Ele foi acusado pelo então deputado Roberto Jefferson (RJ), atual presidente nacional do PTB, de chefiar o esquema do mensalão. No final do mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) acatou a denúncia do Ministério Público contra Dirceu. Ele responderá por formação de quadrilha e corrupção ativa.
O ex-ministro classifica a denúncia publicada por Veja como “perseguição política” para “inviabilizar” a atividade profissional do petista. “Fui cassado sem provas, deixei o governo e, agora, querem impedir que eu trabalhe. Vou lutar e resistir. Não deixo nem minha atividade profissional de consultor e advogado, nem minha militância política como petista”, finaliza.
Confira a resposta de Dirceu
Uma matéria totalmente mentirosa
Por Zé Dirceu
A matéria “Ainda Chefe, mas de outra turma da pesada”, da revista Veja…
A matéria “Ainda Chefe, mas de outra turma da pesada”, da revista Veja desta semana (só para assinantes) é totalmente mentirosa e vou processar mais uma vez a revista. Como já afirmei várias vezes, fui vítima de uma interceptação telefônica autorizada por um juiz federal, a pedido do Ministério Público, no caso MSI-Corinthians, e como na quebra de meu sigilo telefônico, bancário e fiscal pela CPI dos Correios, nada foi encontrado que me comprometesse com o caso MSI-Corinthians ou com qualquer questão relacionada a Boris Berezovsky. É fácil chegar à essa conclusão. A revista e toda a mídia tiveram acesso às gravações e não cita, na matéria desta semana, uma só que me envolva com o caso. Digo mais, a própria interceptação telefônica foi um abuso, já que nada nas gravações anteriores me ligavam ao caso. Mas, na prática, funcionou mais como um atestado de inocência para mim.
A matéria da revista Veja é totalmente mentirosa. Em todas as gravações não há nada que me envolva no caso. É mais um caso escandaloso de abuso da liberdade de imprensa que está se tornando uma norma da citada revista. Mais grave ainda é a tentativa permanente da revista Veja de criminalizar minhas atividades de consultor e advogado. A publicação de ligações telefônicas, protegidas pelo sigilo, já é grave no caso MSI-Corinthians. Mais grave ainda é a divulgação de gravações de minhas atividades profissionais que não têm nada de tráfico de influência ou advocacia administrativa, já que não envolvem o governo, nem eu sou mais ministro ou deputado, o mesmo valendo para meu interlocutor. Tanto eu como ele podemos legalmente e eticamente trabalhar para levar investimentos brasileiros a qualquer pais do mundo.
Veja também omite, de propósito, que o deputado Vicente Cândido já desmentiu em carta a um jornal paulista qualquer participação minhas nas relações com Boris Berezovsky.
A respeito de Hélio Madalena, advogado com quem mantenho relações profissionais, não há nada nas gravações relacionado à questão MSS-Corinthians ou a qualquer ilegalidade.
Como vemos, trata-se de mais uma peça caluniosa de Veja que, infelizmente, conta com o apoio de autoridades que deveriam preservar o sigilo legal das interceptações telefônicas. A verdade é que não fui denunciado, como a própria revista publica, e nada nas gravações me liga ou envolve com qualquer ilicitude ou ilegalidade.
Trata-se, como já afirmei, de perseguição política da revista numa tentativa de inviabilizar minha vida profissional. Fui cassado sem provas, deixei o governo e, agora, querem impedir que eu trabalhe. Vou lutar e resistir. Não deixo nem minha atividade profissional de consultor e advogado, nem minha militância política como petista.
Tanto a matéria da semana retrasada – “A nebulosa de José Dirceu” (só para assinantes), como a desta semana, como já afirmei na nota “A CPI da Abril”, postada aqui no blog no dia 25 de agosto, é uma vendeta da Editora Abril a uma suposta participação minha na instalação de uma CPI na Câmara dos Deputados para investigar a venda da TVA, do grupo Abril,para a Telefônica. Como já esclareci, não tive nenhuma participação nas legítimas iniciativas de parlamentares que querem investigar aquela venda.
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