O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deve ser julgado por corrupção ativa na semana do primeiro turno das eleições municipais. A projeção é feita por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que participam da análise da Ação Penal 470. Além de Dirceu, serão julgados o ex-presidente nacional do PT José Genoíno, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e outros sete réus. Eles são apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como principais integrantes do núcleo político do mensalão.
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A expectativa é que Joaquim Barbosa, o relator do mensalão, termine amanhã (20) seu voto sobre o item 6 da denúncia. Projeção feita pelos ministros colocaria a acusação de formação de quadrilha para começar em 1º de outubro. Os integrantes da corte rejeitam que tenha sido feita de forma proposital para coincidir com o pleito. A justificativa é que houve “coincidência” e é o próprio processo que determina o ritmo.
No entanto, o item 6 é considerado pelo relator como a parte mais complexa da acusação. Especialmente pela quantidade de réus. São 23 pessoas acusadas de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Na sessão de hoje, ele optou em deixar a acusação de corrupção ativa para o final. Joaquim, antes da sessão, sugeriu a Lewandowski deixar Dirceu, Genoíno e Delúbio por último. A justificativa é que facilita a compreensão e pelo desgaste físico do próprio relator.
Porém, a sugestão de Joaquim, acatada por Lewandowski, coincide com justamente com a semana anterior das eleições. O primeiro turno está marcado para 7 de outubro. A análise da corrupção ativa começaria, em tese, seis dias antes, com a leitura do voto do relator. Depois, vem o revisor e os outros ministros para tratar da acusação. Além de Dirceu, Genoíno e Delúbio, também são acusados de corrupção ativa Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Rogério Tolentino, Simone Vasconcellos, Geiza Dias e Anderson Adauto.
Ele trata da compra de votos na base aliada ao então presidente Lula entre 2003 e 2005. O ministro relatou a assessores que deve ocupar metade da próxima sessão para analisar as acusações de corrupção passiva contra integrantes do PMDB. Até hoje, ele votou pela condenação de políticos do PP, PL (hoje PR) e PTB também por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
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Depois do intervalo, o revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, inicia seu voto. Ele estimou hoje, após a sessão, que leve até dois dias lendo sua posição sobre os temas colocados por Joaquim até agora. Desta forma, os outros integrantes da mais alta corte do país começariam a votar na próxima quarta-feira (26). Nos dois primeiros itens, a média foi de cinco sessões para cada capítulo. Já o terceiro, da lavagem de dinheiro, consumiu apenas três reuniões em plenário. “Eu devo levar entre uma sessão e meia e duas sessões para apresentar o voto”, explicou Lewandowski.
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