O deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP) disse hoje, em entrevista coletiva, que a oposição quer carimbar o PT como um partido corrupto. O parlamentar reuniu os jornalistas para apontar deficiências no relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que sugeriu ao Conselho de Ética a cassação do petista. Dirceu afirmou que ainda não há provas concretas de que o mensalão existiu de fato e acusou o relator de seu processo de transformar “suposições em evidências” para cassá-lo.
Dirceu fez uma relação dos 12 pontos mais vulneráveis e inconsistentes no relatório de Delgado. Segundo o petista, o parecer do relator é composto por fatos pinçados, sem qualquer correlação. “O relator me acusa de ser o mentor do mensalão e de ter relações com os bancos BMG e Rural. Não existe mensalão, nada está provado. Ele se baseia em notícias, em evidências, não em fatos”, disse.
Para tentar atingir Delgado, o ex-ministro levantou um caso revelado pela imprensa em maio deste ano, em que o deputado do PSB teria comprado um carro com recursos da verba de gabinete paga pela Câmara. “Se fosse para levar em conta notícia de imprensa o relator teria que explicar a compra de um carro no mês de maio. Não podemos utilizar notícias como provas”, avaliou o petista.
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Na fase de perguntas, o petista disse não ser vítima de conspirações, mas de um julgamento político. Questionado sobre as declarações do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que confirmou a existência de caixa dois em todas as campanhas do partido, Dirceu afirmou que não faria juízo de valores a respeito do correligionário.
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