Mário Coelho
Pré-candidata à presidência da República em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem (6), após jantar com a cúpula e parlamentares do PDT, que a base aliada do presidente Lula precisa ter uma chapa única na disputa do Planalto. A tese é defendida por líderes e membros de partidos que apoiam o governo no Congresso. “A intenção é fazer a maior aliança da história do Congresso”, adiantou o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP).
Segundo pedetistas presentes no jantar, Dilma ressaltou que a divisão da base favorece a oposição, em especial o PSDB. Para a ministra, o governo precisa ter continuidade “independentemente do candidato da base”.
Os petistas não trabalham com a hipótese de ceder a cabeça de chapa para outro partido. Por isso, articulam para que o PSB não lance um nome à presidência. O partido estuda lançar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) para a disputa. Ciro, que já se candidatou em 1998 e 2002, porém, mudou seu domicílio eleitoral para São Paulo e cogita disputar o governo do estado.
Nas próximas semanas, as conversas com os aliados no Congresso vão se intensificar. Para Vaccarezza, o PDT “caminha a passos largos” para se unir ao PT. “Queremos que o PSB entre nessa aliança também”, disse.
Mas, para atrair esses partidos, os petistas terão de ceder em alguns pontos. O PDT, por exemplo, quer o controle das negociações com os aposentados e da redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas.
“Nós queremos continuar com o controle das causas trabalhistas”, afirmou o deputado Manato (PDT-ES), um dos presentes ao jantar. Para ele, porém, é preciso construir um acordo “de baixo para cima” antes de definir o apoio a Dilma. “Tem que ter desprendimento. Se vier de cima para baixo, é pedir para perder eleição”, opinou.
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