A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (5) que os jovens médicos brasileiros precisam conhecer as “reais necessidades” da população do país. Em seu programa semanal de rádio, Dilma defendeu a adoção de incentivos para os recém-formados atuem na rede pública de saúde e atendam pacientes em regiões onde há carência de médicos. O objetivo do governo, segundo ela, é formar mais 4,5 mil profissionais da área por ano e levar cursos de medicina para as cidades do interior.
A presidenta contou que pediu aos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Fernando Haddad, que elaborem um plano de qualidade da educação médica. “O meu governo vai enfrentar este grave problema da saúde pública no Brasil – a falta de médicos e sua má distribuição pelo território nacional. Então, uma das coisas que estamos fazendo é incentivar os médicos recém-formados a prestar serviços em postos e centros de saúde públicos”, declarou.
De acordo com a presidenta, o recém-formado que trabalhar em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) vai ter sua dívida do Financiamento Estudantil reduzida. “Estes jovens vão prestar serviços em 2 mil municípios, onde a carência de médicos é maior. Quem aceitar o desafio pode ter um bom desconto no financiamento ou mesmo acabar fazendo todo o curso de graça. Hoje já temos 5 mil destes 24 mil alunos de medicina que acessaram o Fies, formados ou se formando, e em condições de ir trabalhar na rede pública”, explicou.
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A presidenta ressaltou que um dos maiores objetivos de seu governo é fazer com que a qualidade de atendimento do SUS seja igual à praticada nos grandes hospitais privados do país. Ela também fez um balanço sobre as últimas ações do programa “Saúde não tem preço”.
Veja a íntegra do Café com a Presidenta:
“Apresentador: Presidenta, hoje vamos falar de saúde, como está a distribuição gratuita de remédios para o tratamento de hipertensão e diabetes? Esse foi o tema do nosso primeiro Café com a Presidenta, lembra?
Presidenta: Lembro sim, Luciano, eu lancei o programa “Saúde Não Tem Preço” em fevereiro. Nesses sete meses, 5,4 milhões de pessoas receberam, de graça, remédios para tratamento de hipertensão e diabetes. Veja o que aconteceu: em janeiro, 850 mil pessoas compraram remédios para diabetes e para pressão alta nas farmácias do governo e na rede “Aqui tem Farmácia Popular”. Naquela época, Luciano, o governo dava um bom desconto e o paciente pagava uma parte do preço do remédio. Em fevereiro, nós começamos a distribuir os remédios de graça e, a partir daí, um número muito maior de pessoas passou a ter acesso a esses medicamentos. Agora em agosto, 2,68 milhões de pessoas receberam, de graça, remédios para hipertensão e diabetes. São pessoas que não precisam mais gastar o seu dinheiro para tratar destas duas doenças. Isso significa, Luciano, que estamos alcançando o nosso objetivo: levar saúde a todos os brasileiros.
Apresentador: E o número de farmácias credenciadas também aumentou, não é, presidenta?
Presidenta: Aumentou sim, Luciano. Nós já chegamos a 20 mil farmácias credenciadas, em 3 mil municípios brasileiros. No início do ano, eram 15 mil farmácias credenciadas. Uma coisa importante: o custo dos remédios pesa mais no bolso das famílias mais pobres, por isso eu solicitei ao Ministério da Saúde que ampliasse o número de farmácias nas cidades mais pobres. E nós estamos chegando lá. A rede “Aqui tem Farmácia Popular” já está em 70% destes municípios.
Apresentador: É, agora ninguém precisa gastar seu dinheiro para tratar de hipertensão e de diabetes, que são doenças que não apresentam sintomas, mas são perigosas, não é, presidenta?
Presidenta: É isso mesmo, Luciano. Veja você: hoje o Brasil tem 40 milhões de pessoas com diabetes ou hipertensão. O programa “Saúde Não Tem Preço” está assegurando o tratamento de todas estas pessoas. Todos, agora, podem fazer o tratamento direito, sem interrupção, sem se preocupar com o dinheiro para comprar o remédio. O governo garante o remédio de graça.
Apresentador: Ainda na questão da saúde, presidenta, parece que o número de médicos que vem se formando para trabalhar no sistema público de saúde no Brasil está abaixo das necessidades de atendimento. Como resolver isso?
Presidenta: Olha, Luciano, o meu governo vai enfrentar este grave problema da saúde pública no Brasil – a falta de médicos e sua má distribuição pelo território nacional. Então, uma das coisas que estamos fazendo é incentivar os médicos recém-formados a prestar serviços em postos e centros de saúde públicos. A partir de agora, o recém-formado que trabalhar em unidades do Sistema Único de Saúde, do SUS, vai ter sua dívida do Financiamento Estudantil reduzida. Estes jovens vão prestar serviços em 2 mil municípios, onde a carência de médicos é maior. Quem aceitar o desafio pode ter um bom desconto no financiamento ou mesmo acabar fazendo todo o curso de graça. Hoje já temos 5 mil destes 24 mil alunos de medicina que acessaram o Fies, formados ou se formando, e em condições de ir trabalhar na rede pública.
Apresentador: Isso também vai ajudar na formação dos médicos, não é, presidenta?
Presidenta: Ah, vai sim, Luciano. Os jovens médicos precisam conhecer as reais necessidades da nossa população. A qualidade do atendimento é muito importante, por isso eu pedi aos ministros da Educação e da Saúde que elaborem um plano de qualidade da educação médica. Vamos abrir vagas para formar mais 4,5 mil médicos por ano, e vamos continuar levando os cursos de medicina para as cidades do interior. Semana passada eu estive em Garanhuns, para aula inaugural do curso de medicina do campus da Universidade de Pernambuco. Foi uma grande alegria encontrar ali jovens alunos que não vão precisar se deslocar para a capital ou até para outro estado em busca de formação. Eles vão estudar ali mesmo e, logo, logo, vão poder contribuir para melhorar as condições da saúde daquela comunidade, daquela região.
Apresentador: Então, qualidade é a palavra-chave na saúde?
Presidenta: Isso aí, Luciano! Um dos maiores objetivos do meu governo é fazer com que a qualidade de atendimento do Sistema Único de Saúde seja igual com aquela praticada, por exemplo, nos grandes hospitais privados do nosso país. Vamos garantir atendimento humano e de qualidade, e isso é um compromisso a ser buscado todos os dias.
Apresentador: Presidenta, estamos chegando ao fim do nosso bate-papo. Obrigado e até semana que vem!”
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