Agora acumulando a função de articulador político do governo, o vice-presidente da República, Michel Temer, já começou a tomar providências para acalmar seus correligionários do PMDB um dia após substituir Pepe Vargas – este, agora na chefia da Secretaria de Direitos Humanos. Para tanto, Temer convenceu a presidenta Dilma Rousseff a tomar providências para afagar os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O pacote de medidas para tentar esfriar os ânimos do PMDB – aliado que, embora seja o pricipal partido da base aliada, tem imposto seguidas derrotas ao Planalto no Congresso desde o início da legislatura, em 1º de fevereiro – inclui a garantia de nomeação do ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), no Ministério do Turismo, de maneira a agradar Eduardo Cunha. E, segundo informações de bastidor obtidas pelo jornal Folha de S.Paulo, o atual ocupante da pasta e afilhado político de Renan, Vinicius Lages, seria realocado em outro posto de destaque da administração pública.
Segundo a Folha, Temer pediu a Dilma que convidasse Renan para uma conversa na tarde de ontem (quarta, 8) – ele que, chamado para um jantar com Dilma em fevereiro, recusou o convite, chegou a classificar a parceria PT-PMDB como “capenga” e vinha cobrando mais espaço para o PMDB no governo. Além disso, Renan devolveu em março uma medida provisória que reduzia desonerações e chegou a defender a independência do Banco Central, o que desagrada a Dilma. Já Cunha, por sua vez, tem pautado – e orientado voto contra o governo – projetos que aumentam gastos em tempos de ajuste fiscal e defendido, por exemplo, a diminuição dos atuais 38 ministérios para apenas 20.
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A apuração do jornal paulista também obteve a informação de que Dilma diria comentaria com Renan a indicação de um nome que agrade a PMDB e PT para a vaga do ex-ministro Joaquim no Supremo Tribunal Federal. Um dos cotados seria o ministro do Superior Tribunal de Justiça Benedito Gonçalves, que seria apoiado por Renan e é amigo do ex-presidente Lula – ele foi recebido Dilma ontem (quarta, 8) no Palácio do Planalto, informa o jornal.
O conjunto de agrados ao PMDB também considera a eleição do ex-líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR) para a presidência nacional do PMDB, posto hoje ocupado pelo próprio Temer. “Jucá é visto como estratégico para viabilizar votações de interesse no Palácio do Planalto no Senado, e a ideia é dar mais poder a ele”, diz trecho da reportagem.
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