Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, as descobertas da Operação Navalha, que prendeu ontem 46 pessoas acusadas de desviarem recursos de obras públicas, serão benéficas para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“A descoberta dessa máfia é muito importante porque ela vai ajudar o PAC. O que estava em via de acontecer é ela tentar utilizar as licitações do PAC para fins indevidos. A Polícia Federal assinala uma questão fundamental que é o fim da impunidade. Tem funcionários de 10, 20, 30 anos de governo e que estavam envolvidos nisso. Se for comprovada a culpabilidade é a descoberta de um esquema que tinha ocorrido em momento anterior", disse a ministra.
A quadrilha teria desviado recursos dos ministérios de Minas e Energia, da Integração Nacional, das Cidades, do Planejamento, e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit). De acordo com a PF, a grupo também se preparava para fraudar obras realizadas pelo PAC. "Acho muito excessiva a suspeita sobre o PAC. O PAC não pratica corrupção. A fiscalização da corrupção não pode ser tratada de forma escandalosa", comentou a ministra.
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Para Dilma, a Operação Navalha cria um ambiente mais favorável para as licitações do programa. "É de fato levantar o tapete e tirar de debaixo dele todas as irregularidades. A Operação Navalha cria um ambiente mais reservado para as licitações. Cria um cuidado maior e cria um temor de todos aqueles que possam querer utilizar licitações públicas para fins indevidos", declarou.
A ministra ainda elogiou o Congresso pela celeridade na votação dos projetos do PAC. "O Congresso tem agido de forma célere", afirmou.
Entre os presos pela PF na Operação Navalha, estão o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB), o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), e o assessor especial do Ministério de Minas e Energia Ivo Almeida Costa (veja todos os nomes).
Também foram presos dois prefeitos – Luiz Caetano (PT), de Camaçari (BA), e Nilson Leitão (PSDB), de Sinop (MT) –, assim como o presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Roberto Figueiredo Guimarães, o superintendente de Produtos de Repasse da Caixa Econômica Federal, Flávio José Pin, e João Alves Neto, filho do ex-governador de Sergipe João Alves Filho (DEM). (Edson Sardinha)
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