O discurso de Dilma foi proferido na esteira dos ataques terroristas promovidos na sexta-feira (13), em Paris, pelo grupo fundamentalista Estado Islâmico (EI). Estimativas iniciais dão conta de que os atentados, que atingiram diversos locais da capital francesa, provocaram 129 mortes e deixaram 352 feridos, 99 dos quais em estado grave ou gravíssimo. O EI reivindicou a ação por meio de comunicado.
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“Expresso o meu mais veemente repúdio, que é também o de todo o povo brasileiro, aos atos de barbárie praticados pela organização terrorista Estado Islâmico que levaram morte e sofrimento a centenas de pessoas de várias nacionalidades em Paris, na sexta-feira passada. Essas atrocidades tornam ainda mais urgente uma ação conjunta de toda a comunidade internacional no combate sem tréguas ao terrorismo”, discursou Dilma, no encontro que precede a realização da décima Cúpula do G20, a partir desta segunda-feira (16).
Ontem (14), como lembra a Agência Brasil, Dilma enviou uma carta ao presidente da França, François Hollande, para expressar a solidariedade do Brasil ao povo e ao governo franceses. Na mensagem, a chefe de Estado condenou de maneira veemente as ações terroristas. “Estou certa de que a nação francesa saberá enfrentar com altivez e determinação esse momento difícil, e dele sairá mais forte e coesa. Hoje, somos todos franceses”, escreveu Dilma, na carta ao colega (leia íntegra abaixo).
“Sem precedentes”
Segundo informações da imprensa em todo o mundo, os atentados foram executados em pelo menos seis diferentes pontos de Paris, entre eles a famosa casa de espetáculos Bataclan e o Stade de France, estádio de futebol onde estava em curso, na noite de sexta-feira, uma partida entre as seleções da França e da Alemanha. Fontes policiais francesas informam que morreram oito terroristas, sete deles considerados suicidas, nas explosões de cintos com explosivos. Não há brasileiros entre os feridos no Bataclan, onde mais pessoas foram atingidas (um show de rock estava em curso no momento dos ataques).
Depois dos ataques, a França decretou estado de emergência, que evoluiu em seguida para estado de urgência, dada a gravidade dos registros em Paris. Como medida de prevenção, o governo francês promoveu o controle das fronteiras e estabeleceu uma série de providências, como a proibição de que cidadãos saiam às ruas para manifestações – ao Congresso em Foco, uma representante do corpo diplomático da França no Rio de Janeiro disse que o principal temor das autoridades é que, com os eventuais protestos, as aglomerações deles resultantes sejam um alvo fácil para novos ataques, com a possibilidade de mortes em massa.
Para Hollande, a França vive na última sexta-feira uma nova onda de “ataques terroristas sem precedentes”. Em janeiro deste ano, um atentado ao jornal satírico francês Charlie Hebdo chocou os franceses e a comunidade internacional ao promover 12 mortes e deixar cinco pessoas gravemente feridas.
Leia a carta de Dilma a Hollande:
“Senhor Presidente,
Recebi com profunda consternação a notícia dos covardes atentados terroristas na noite de sexta-feira em Paris. Neste momento de choque e tristeza, os corações e mentes dos brasileiros estão com os feridos e as famílias das vítimas fatais.
O governo brasileiro expressa sua solidariedade ao povo e ao governo da França e condena esses atentados da forma mais veemente.
Estou certa de que a nação francesa saberá enfrentar com altivez e determinação esse momento difícil, e dele sairá mais forte e coesa.
Hoje, somos todos franceses.
Atenciosamente,
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil”
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