O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal (STF), foi sorteado para relatar o caso de agressão envolvendo a família de Alexandre de Moraes. O processo está sob sigilo. Caberá a Toffoli conduzir o inquérito e fazer o relatório a ser analisado pelos demais ministros a respeito a confusão em 14 de julho no aeroporto de Roma.
O caso de hostilização ocorreu em função de uma disputa por lugares na ala VIP do aeroporto, conforme versão da defesa da família Mantovani, acusada de xingar e agredir a família de Moraes. O desentendimento se deu porque os Mantovani alegam que a família do ministro foi privilegiada no local.
Já o ministro Alexandre de Moraes afirma que foi xingado de “bandido, comprado e comunista”, além de seu filho ter levado um tapa no rosto de Roberto Mantovani. O caso ganhou grande repercussão midiática na última semana, uma vez que o governo procura desestimular ataques a autoridades, algo comum durante o período Bolsonaro. Também se questiona se os mandados de busca e apreensão da Polícia Federal contra os acusados não seriam abuso de poder.
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Até o fim da semana, o genro Alexandre Zanatta, Roberto e Andreia Mantovani prestaram depoimento. Na terça-feira (18), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse em entrevista ao UOL que autoridades italianas confirmaram que de fato houve agressão à família do ministro. Ainda assim, Padilha admitiu não ter visto o conteúdo.
Outro ministro que se manifestou a respeito do caso foi Flávio Dino (Justiça) que defendeu na quarta-feira (19) a atuação da PF ao cumprir mandados de busca e apreensão em quatro endereços da família Mantovani. A PF obteve autorização da ministra Rosa Weber para investigar se a família acusada tem algum envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Um dos motivos é o fato de que Roberto Mantovani foi candidato a prefeito pelo PL na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, no interior de SP, em 2004.
O caso ganhou grande proporção principalmente porque Alexandre de Moraes foi uma das figuras mais atacadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, uma vez que o ministro era visto pelo ex-presidente como um dos principais empecilhos para questionar e desacreditar o sistema eletrônico de voto brasileiro. Em seus frequentes pronunciamentos, Bolsonaro ofende o ministro e o criticava abertamente como inimigo, o que endossou e legitimou parte dos bolsonaristas a atacar autoridades brasileiras.
PublicidadeBarraco no aeroporto
Roberto Mantovani prestou depoimento à PF durante a manhã de terça (18) e negou ter agredido o ministro do STF que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas assumiu ter “afastado” o filho de Moraes com o braço e de tê-lo atingido no rosto. Alex Zanatta, genro presente na data da ocorrência, também negou qualquer agressão à família de Moraes.
Moraes estava na Europa porque foi palestrar no Fórum Internacional de Direito, na Universidade de Siena. O desentendimento entre as famílias ocorreu na Itália , e teria começado quando Andréa chamou Moraes de “bandido, comunista e comprado”.
A discussão ganhou maior proporção quando o marido de Andréa, Roberto, se envolveu para dar seguimento ao bate-boca. No entanto, o genro do casal, Alex Zanatta, é quem foi acusado de agredir com um tapa no rosto o filho do ministro.
Quando a família Mantovani pousou no Brasil, a PF já os aguardava no aeroporto para obter esclarecimentos. Roberto Mantovani já foi candidato a prefeito do município de Santa Bárbara d’Oeste pelo PL em 2004, mas está filiado ao PSD desde 2016. Os três acusados se manifestaram por meio de notas à imprensa alegando que a ocorrência não passou de um mal entendido.
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