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É para salvar Sarney
A operação que salvou o presidente do Senado, José Sarney, começou no fim da tarde da quarta-feira 12 de agosto. O presidente Lula convocou para uma conversa seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Relatou aos dois um recado que havia recebido na véspera dos senadores José Sarney e Renan Calheiros. A dupla avisara que, caso o PT se negasse a usar sua força para engavetar os processos contra o presidente do Senado, o PMDB abandonaria a campanha presidencial de Dilma Rousseff. “Não vamos aceitar jogo de cena do PT”, disse Calheiros. Preocupado, Lula determinou a Berzoini e Carvalho que levassem a seguinte ordem ao senador Aloizio Mercadante, líder do partido no Senado: “É para salvar o Sarney”.
Embora tenha sido exitosa, a missão não era simples. Os senadores do PT estavam divididos entre a lealdade ao presidente e a própria sobrevivência política. A maioria não tinha nenhum problema de consciência em absolver Sarney, mas temia se desgastar junto à opinião pública. Para contornar o problema, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, sugeriu a substituição do senador Delcídio Amaral pelo suplente, Roberto Cavalcanti, do PRB da Paraíba (voto pró-Sarney). Ideli Salvatti se absteria na hora de verbalizar sua decisão e todos sairiam felizes. Havia, porém, outro problema. O líder Aloizio Mercadante já tinha dito publicamente que não patrocinaria nenhuma manobra para salvar Sarney. Cabe apenas ao líder substituir os membros das comissões. Ficou acertado que, para evitar o constrangimento, Mercadante faria uma “viagem” ao Uruguai por uns dias. Ele topou a armação, mas, depois de pensar bem, voltou atrás. Na tarde da sexta-feira 14, ligou para Gilberto Carvalho para avisar que desmarcara a “viagem”. Mercadante concluiu que a manobra o desgastaria ainda mais perante o eleitorado. “Não vou mais. Na segunda-feira estarei no Congresso.” A quebra do acordo irritou o presidente Lula e o PT, que sentiu na decisão de Mercadante cheiro de traição e de uma indesejada rebelião no partido.
O senador Mercadante, já sem controle da bancada que acreditava liderar, passou a protagonizar um vexame atrás do outro. Depois de desistir da farsa uruguaia, ainda ouviu um sermão de Ricardo Berzoini e Gilberto Carvalho. Os dois disseram ao senador que o governo não aceitava sua posição dúbia e que ele deveria substituir, sim, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti no Conselho de Ética. Mercadante, então, ameaçou pela primeira vez renunciar à liderança do PT no Senado. Embora ninguém tenha pedido que ficasse, ele não consumou a ameaça, advertido por Berzoini de que ainda poderia ficar sem legenda para disputar a eleição paulista de 2010. O passo seguinte foi chamar Delcídio e Ideli para uma conversa. “Ser governo tem ônus e bônus. Agora é a hora do ônus”, explicou Berzoini.
A dupla aceitou a missão. Na noite de terça-feira, Berzoini foi à casa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e, na presença do senador, informou: “Vamos cumprir integralmente o acordo”.
O criador empalha as criaturas
No escândalo do mensalão, em 2005, o PT que subornava deputados, comprava partidos e desviava dinheiro público obedecia apenas ao ex-ministro José Dirceu, pelo menos segundo as conclusões oficiais. Agora, o PT que não se incomoda mais com o nepotismo, o fisiologismo e a corrupção tem um novo e inquestionável comandante em chefe: o próprio presidente Lula. Partiu dele a ordem para poupar Sarney a qualquer custo no Conselho de Ética do Senado, mesmo que esse custo fosse a implosão do que ainda restava de pudor nas fileiras petistas. Como recompensa, o chefe promete limpar a biografia de todos eles usando sua popularidade quando chegar a hora do voto.
Ao reduzir moralmente seu partido e abrir mão de aliados históricos, como foi o caso da ex-ministra Marina Silva, que deixou o PT por discordar dos caminhos trilhados, o presidente Lula certamente tem em mente um plano auspicioso. Difícil talvez seja convencer as pessoas de como algo que se imagina virtuoso possa passar pela salvação do senador José Sarney. Lula acredita que fez o melhor governo da história do Brasil e quer provar isso elegendo o sucessor. Apesar da resistência do PT, o presidente escolheu a ministra Dilma Rousseff para o papel de candidata, e está empenhando sua imensa popularidade numa pré-campanha que começou há meses. O governo precisa do PMDB para viabilizar seu projeto de poder. É nessa hora que aparece a fatura pesada.
O ministro soube e não fez pedidos
Existe um terceiro personagem envolvido no caso do suposto encontro entre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no fim do ano passado. É o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chefe direto de Lina Vieira nos onze meses em que ela ocupou o cargo e responsável por sua demissão, há um mês, sem nenhuma justificativa pública. Na semana passada, em depoimento ao Senado, a ex-secretária repetiu que foi chamada para uma reunião com a ministra no Palácio do Planalto e lá recebeu um pedido para agilizar as investigações que a Receita Federal fazia sobre os negócios da família Sarney.
Uma hipótese a ser investigada é a de que Dilma só teria entrado em ação depois de uma falha no canal natural para obter o efeito desejado pelo Palácio do Planalto – o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Descobriu-se agora que esse canal foi acionado, mas sem que se produzissem os resultados esperados. Mantega efetivamente chamou a ex-secretária em seu gabinete e pediu detalhes sobre o caso dos Sarney. O ministro justificou seu interesse sem rodeios, informando a Lina que a investigação estava preocupando o Palácio do Planalto. A secretária fez seu relato e o ministro agradeceu as informações. Mantega encerrou a conversa sem pedir nem sugerir nenhuma ação à secretária Lina. Isso é o que se sabe. Por meio de sua assessoria, o ministro Guido Mantega confirmou o encontro com Lina Vieira.
A ex-secretária negou ter tratado desse assunto em encontro com seu superior, Guido Mantega. Quando o senador Tasso Jereissati perguntou se ela havia conversado com Mantega sobre a investigação, Lina respondeu simplesmente: “Não”. Como Mantega confirma o encontro e o teor da conversa com Lina, está patente que a ex-secretária mente e que, portanto, pode ter inventado a história sobre a reunião com a ministra Dilma? Uma pessoa próxima à ex-secretária diz que ela omitiu aos senadores seu encontro com o ministro Mantega por uma questão de lealdade. Lina teria visado a proteger o ministro, com quem tem ótimas relações e que foi apontado pelo Planalto como responsável direto pela confusão.
Denunciado, desmascarado, encarcerado
Amigo de famosos, respeitado na medicina, Roger Abdelmassih, o mais conhecido especialista em reprodução assistida do país, tem o registro suspenso e vai parar na cadeia sob a acusação de abusar de pacientes. Aos 65 anos, o homem que conseguia tirar Roberto Carlos de casa, recebia a gratidão de Pelé e dava jantares a Hebe Camargo, com vinhos faustosos e gorjetas de 300 reais aos empregados, enfrenta denúncias devastadoras. São 56 acusações de estupro contra 39 mulheres, todas pacientes de sua clínica em São Paulo, um endereço que, antes da avalanche, chegou a alcançar prestígio internacional.
Os crimes sexuais sem violência que deixe marcas explícitas são por natureza complicados. Na ausência de provas colhidas a tempo, ou mesmo de denúncias contemporâneas aos atos que lhe são atribuídos, pesam contra Abdelmassih a quantidade e a similitude de depoimentos. Algumas dessas mulheres foram ouvidas e identificadas por VEJA. Tanto elas quanto as que preferiram continuar anônimas contam histórias parecidas. Procuraram a clínica de reprodução assistida mais famosa do Brasil, fecharam pacotes caros e foram assediadas. Contam de beijos forçados, carícias íntimas. Às vezes, pouco depois de conhecer a paciente, ele se declarava apaixonado. Algumas falam que foram lambidas. Outras, que o médico passava o pênis por seu corpo. Uma tem certeza de que o ato sexual, com penetração vaginal, foi consumado; outra teve sangramento anal. Os avanços menos violentos, segundo relatam, aconteciam durante consultas, os mais torpes com as pacientes ainda sob efeito da anestesia, usada no procedimento em que os óvulos são retirados para ser fertilizados em laboratório. Abdelmassih já disse que as mulheres que o acusam sofreram alucinações sexuais provocadas pelo anestésico.
Não há quem tome conhecimento de seus depoimentos sem sentir asco, revolta e raiva. É da coerência e do poder de convencimento dessas mulheres que dependerá o resultado de um eventual julgamento. Caso se atrapalhem e caiam em contradição, a acusação, já sem provas materiais, pode ruir. Abdelmassih evidentemente tem um renomado advogado, José Luis Oliveira Lima, que conta entre seus clientes o ex-banqueiro Salvatore Cacciola e o mensalista José Dirceu. A preocupação imediata dele era conseguir um habeas corpus que tirasse o médico da cadeia, o que não é improvável. Os argumentos usados pelos promotores, e acatados pelo juiz Bruno Paes Straforini, para manter o indiciado em prisão preventiva são a quantidade de acusações, o “prolongado tempo de atividade ilícita”, o uso de recurso vil para abusar de vítimas anestesiadas e a influência social de Abdelmassih. A defesa já tem uma estratégia, claro. “Não há nenhuma prova da acusação de estupro”, diz o advogado. “Doutor Roger atendeu mais de 20 000 mulheres durante sua carreira. Fez mais de 5 000 crianças. Perto dessas cifras, o número de 56 denúncias torna-se questionável.” Lançar dúvidas sobre a motivação das acusadoras também está nas regras do jogo e Oliveira Lima diz que “as acusações podem fazer parte de uma ação organizada destinada a obter indenizações do médico”.
Em entrevista à revista, o médico afirmou que tem sofrido muito desde que foi preso e está pagando pelos caminhos da vida. “Não por esses fatos que estão aí, mas por outras colocações. Essa prisão é injusta. Não sou nenhum indivíduo perigoso. Tenho absoluta certeza da minha inocência e de que vou ser julgado e inocentado”, afirmou. Questionado sobre o que faria se encontrasse uma das mulheres que o acusam de estupro, Roger respondeu: “Quero lhe dizer que estou muito sensibilizado, muito sensível. Eu iria olhar bem no rosto dela e falar: “Você endoidou”. Quer dizer, desculpe, não endoidou, você não está falando a realidade etc. Eu estou machucado demais. E injustiçado”.
Época
O PT saiu tão mal quanto Sarney
A disputa política é quase sempre um jogo bruto, que não admite vacilo. Ninguém deve entrar nesse jogo sem calcular os riscos e as possibilidades de cada lance. A crise dos últimos meses no Senado chegou, na semana passada, àquele ponto em que os políticos fazem o balanço de perdas e danos.
Ninguém sai pior desse episódio que o Senado, como se viu na sessão do Conselho de Ética que arquivou os processos contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Entre os políticos, é claro, o mais machucado é o próprio Sarney.
Ele sobrevive no cargo com a autoridade e a biografia comprometidas por uma investigação sem precedentes de seu passado de quase 60 anos no poder. Mas a bancada do PT no Senado conseguiu a proeza de sair mais desgastada que todas as outras, numa crise que, na origem, era uma disputa entre o PMDB de Sarney e os oposicionistas do DEM e do PSDB.
O PT entrou na crise com 12 senadores, saiu com dez e deve perder mais um nos próximos dias. Marina Silva (AC) confirmou que vai para o PV, Flávio Arns (PR) saiu em protesto pelo apoio do partido a Sarney. Augusto Botelho (RR) nega, mas deve ir pelo mesmo caminho. Divididos entre a lealdade ao governo Lula e o custo eleitoral de defender Sarney, os petistas ameaçaram, em junho, votar contra ele. Enquadrados pelo governo, foram o fiel da balança que livrou Sarney. Ao longo da semana, o líder do PT, Aloizio Mercadante, foi o retrato da ambiguidade petista. Derrotado na proposta de abrir pelo menos uma investigação sobre Sarney, Mercadante anunciou sua renúncia “irrevogável”, mas ficou no cargo a pedido do presidente Lula. Ele ficou mal com o governo, com o PMDB, com uma parte da bancada e deixou na dúvida os eleitores, que não sabem se o verdadeiro Mercadante é o que estava de saída ou o que resolveu ficar. Na linguagem dura da política, o líder do PT fez uma lambança.
A carta de Lula funcionou como uma boia para o líder do PT, mas o verdadeiro teste para Aloizio Mercadante será a eleição para o Senado em São Paulo, no ano que vem. Como os outros oito senadores petistas que se elegeram na onda vermelha de 2002, puxados pela grande votação de Lula no primeiro turno, Mercadante terá de tentar a reeleição, desta vez, numa chapa encabeçada por Dilma, algo muito diferente. A divergência entre Mercadante e a direção do partido, no caso Sarney, estimulou os setores que apoiam o lançamento da candidatura ao Senado da ex-prefeita Marta Suplicy, uma forte concorrente a uma das duas vagas em disputa. Só os eleitores poderão dizer se Mercadante sobreviverá ao vaivém desta semana. As primeiras reações de seguidores de Mercadante no microblog Twitter foram, na maioria, de reprovação ao recuo. “A pergunta é: o que Mercadante ganhou em troca?”, escreveu um seguidor.
O governo e o PT reagiram de modo diferente à perda de Marina e à saída dos outros dois senadores. Marina tem vida política própria e vinha expondo suas divergências com o governo desde quando era ministra do Meio Ambiente. Arns era um deputado tucano do Paraná, filiado ao PT em 2001 e beneficiado pela onda vermelha. “A Marina saiu porque quis”, disse Lula. O presidente não foi tão condescendente com Arns. “Esse sempre teve uma relação encrencada com o partido”, afirmou. O PT do Paraná já decidiu que a candidata ao Senado, em 2010, será Gleisi Hofmann, que disputou o governo em 2006. Botelho foi eleito pelo PDT em Roraima, mudou para o PT e também não terá legenda para disputar a reeleição. A vaga é da deputada Ângela Portela. “Arns e Botelho já não contavam com o PT para seus projetos eleitorais”, disse Ricardo Berzoini.
Com seus vacilos, a bancada do PT acabou contribuindo para fortalecer, ainda mais, o peso do PMDB, de Renan Calheiros, no governo. Feita a contabilidade de ganhadores e perdedores com a crise do Senado (leia o quadro nesta página), resta um cadáver na sala: o Conselho de Ética. “O Conselho de Ética morreu e não há quem o faça ressuscitar”, diz o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Do jeito como estava, não vai deixar saudade.
A versão de Lina
Anunciada como personagem capaz de dinamitar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), à Presidência da República, a ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira deixou o auditório da Comissão de Constituição e Justiça do Senado sem entregar a mercadoria. Em seis horas de depoimento, Lina confirmou o que dissera na semana anterior ao jornal Folha de S.Paulo. Descreveu um encontro no Palácio do Planalto, onde Dilma teria lhe pedido para “agilizar” as investigações do Fisco contra empresas de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Mas Lina Vieira não apresentou dados novos capazes de comprovar a reunião. Não foi, portanto, capaz de desmentir a versão de Dilma, que, desde o início, nega ter se encontrado com Lina no Planalto. É fato que uma das duas está mentindo. Mas o ônus de apresentar provas cabe a quem acusa.
Lina não levou uma agenda em que pudesse ter registrado o compromisso. Não apresentou testemunha direta da conversa. No início, disse que foi um diálogo normal, no qual nem sequer se sentiu pressionada. “A ministra me disse para agilizar a fiscalização do procedimento contra o filho de Sarney, mas, de forma alguma, o pedido foi para não investigar”, afirmou. No mesmo depoimento, porém, disse que achava o pedido de Dilma “incabível”.
Na quinta-feira, os dois principais cicerones de Lina no Senado não conseguiam esconder certo desapontamento. O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que Lina Vieira “não sabe” quando a conversa ocorreu e que será preciso vasculhar a agenda da Casa Civil “entre 15 de novembro e 15 de dezembro”. Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse: “É mais factível que o encontro tenha ocorrido em outubro”. Em outubro, Lina esteve mesmo no Planalto, não há dúvida. Para uma visita oficial, devidamente registrada, segundo disse o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) no Senado.
A multiplicação das acusações contra o bispo
A denúncia do Ministério Público de São Paulo contra o bispo Edir Macedo e mais nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus não é a única acusação de que Macedo terá de se defender. Por caminhos diferentes, dois procuradores de Santa Catarina chegaram a conclusões que corroboram pontos da denúncia dos promotores paulistas. Nas cidades de Itajaí e Chapecó, a Justiça Federal analisa ações movidas pelo Ministério Público Federal, em que o bispo Macedo é acusado dos crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Em Chapecó, a denúncia foi assinada pelo procurador da República Renato de Rezende Gomes. Em Itajaí, pelo procurador da República Marcelo da Mota. Eles acusam Macedo de usar laranjas para ocultar a posse de emissoras de rádio e TV, adquiridas com suspostos empréstimos da empresa Cremo. De acordo com a denúncia do MP paulista, a Cremo é uma empresa de fachada, que serviu como canal para desviar o dinheiro dos fiéis da Universal para a compra de emissoras de rádio, TV e outros bens, como imóveis, aviões e empresas, registrados no nome de Macedo e de dirigentes da Universal. A denúncia do MP paulista acusa Macedo dos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
As denúncias de Santa Catarina nasceram de modo independente, a partir do desentendimento entre o bispo Macedo e o ex-bispo Marcelo Nascentes Pires, que foi da cúpula da Universal e era homem de confiança de Macedo. Pires foi dono de duas emissoras catarinenses de televisão, que retransmitiam a programação da Rede Record: a Televisão Xanxerê e a TV Itajaí. Em dezembro de 2000, Pires se desentendeu com Macedo e saiu da Universal. Macedo então usou uma procuração assinada por Pires, que lhe dava plenos poderes em relação às TVs. Macedo passou o controle das emissoras a outro bispo de sua confiança, Honorilton Gonçalves, atual vice-presidente nacional da Rede Record. Pires entrou na Justiça reivindicando a posse das emissoras. Disse que assinara uma procuração com trechos em branco, posteriormente preenchidos por Macedo. Uma perícia da Polícia Federal confirmou a versão de Pires. Tanto Pires quanto Macedo foram denunciados pelos procuradores catarinenses.
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