Época
A jogada de Tarso
O ministro da Justiça, Tarso Genro, corre o risco de perder o cargo por conta da anarquia instalada na Polícia Federal após a troca de comando na instituição e explicitada com a Operação Satiagraha. Mesmo assim, Tarso deposita suas chances de permanecer ministro nos resultados da mesma Satiagraha. POr isso, escalou uma nova equipe para produzir um novo relatório da operação, agora sob o comando do delegado federal Ricardo Saadi. A reportagem aponta que o desgaste do ministro começou justamente quando ele substituiu Paulo Lacerda por Luiz Fernando Corrêa na direção geral da PF. Ele usava como argumento para a mudança de que assim colocaria "ordem na casa". Mas não conseguiu. Tanto que a reportagem traz o relato do delegado federal Protógenes Queiroz, que escondia informações da cúpula da Polícia Federal e acusava a direção de vazar informações a Daniel Dantas.
Carta Capital
Nos rincões de Mendes
Na cidade de Diamantino, a 208km de Cuiabá (MT), o prefeito é Francisco Ferreira Mendes Júnior, 50 anos, irmão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A reportagem da semanal aponta que o político só conseguiu se manter no poder por oito anos por conta do irmão ministro. Gilmar Mendes teria até auxiliado na instalação do Grupo Bertin na cidade, após um intenso lobby feito em conjunto com o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi. O chefe do Executivo estadual, de acordo com a revista, chegou até a afirmar que "Gilmar Mendes vale por todos os deputados e senadores do Mato Grosso". A empresa foi condenada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por formação de cartel com outros quatro frigoríficos dois meses depois da assinatura do protocolo para se instalar em Diamantina. Em entrevista à Carta Capital, o prefeito eleito, Erival Capistrano (PDT), promete fazer uma auditoria nas contas da prefeitura. Ele diz também que foi ameaçado de morte e que "Gilmar Mendes é mais político do que ministro".
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Istoé
Chinaglia, o autoritário
Após o bate-boca do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, a imagem de autoritarismo do parlamentar ficou mais explícita. Além de se recusar em cassar o mandato do deputado paraibano Walter Brito Neto (PRB), punido na corte eleitoral por infidelidade partidária, como atacou o ministro do TSE. Chinaglia disse que os ministros "sentam em cima dos processos". De acordo com a reportagem, o deputado sabe da fama mas justifica-se dizendo que confundem "rigor com mau humor".
Veja
A prova dos abusos
A revista teve acesso à íntegra das gravações da reunião entre o delegado federal responsável pela Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, e o diretor da Divisão de Combate ao Crime Organizado, Roberto Troncon, o superintendente da PF em São Paulo, Leandro Coimbra, e o chefe da divisão de Combate aos Crimes Financeiros, Paulo de Tarso Teixeira. Segundo a reportagem, as quase três horas de reunião foram pontuadas por brigas e trocas de acusações pesadas entre a cúpula e a equipe de Protógenes. Os momentos mais didáticos foram aqueles em que a direção da instituição condenou os métodos de trabalho da equipe de Protógenes. Ele chega a ser chamado de "paranóico" por seus superiores. Em certo ponto, as conversas praticamente confirmam uma das mais ousadas ações clandestinas do grupo de Protógenes: a espionagem do gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.
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