A manchete do Correio Braziliense deste domingo revela que deputados encontraram uma maneira de burlar a norma da Câmara que proíbe o uso da verba indenizatória com propaganda nos 180 dias anteriores às eleições. Como contam com uma cota de R$ 90 mil por semestre, os parlamentares concentraram os gastos com divulgação dos seus atos nos três primeiros meses do ano.
Segundo a matéria de Lúcio Vaz e Lílian Tahan, no total, 300 políticos gastaram R$ 4,2 milhões até o dia 3 de abril. Um grupo de 62 parlamentares gastou com propaganda mais da metade da verba indenizatória prevista para três meses (R$ 45 mil), totalizando R$ 2,1 milhões.
O campeão de gastos foi Silas Câmara (PTB-AM), que usou R$ 70 mil. Segundo o jornal, os deputados, assim, instituíram de forma enviesada e para poucos políticos, o financiamento público de campanha.
Alguns parlamentares gastaram com a divulgação da sua atividade, nos três primeiros dias de abril, quantias que deveriam cobrir todas as despesas do gabinete – como combustível, aluguel de escritório, conta de telefone – durante dois meses. É o caso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com uma mala direta estimada em um milhão de endereços, o deputado gastou R$ 35 mil com divulgação em abril. Todo o dinheiro foi usado para comprar papel A4 e cartucho para impressora. O conteúdo do material impresso foi a prestação de contas do parlamentar, informando projetos apresentados no Parlamento.
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