Rodolfo Torres
Citados em vídeo gravado pela Operação Caixa de Pandora como beneficiários do mensalão do governador José Roberto Arruda (DEM), deputados federais do PMDB vão à Justiça conta o ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa e o empresário Alcir Collaço.
“Não vou aceitar calado esse tipo de achaque. De minha parte, como cidadão e na condição de presidente do PMDB do DF, já solicitei aos meus advogados que tomem as medidas cabíveis”, afirma nota do deputado Tadeu Filippelli.
“Estou promovendo as ações judiciais cíveis e criminais apropriadas, já tendo ingressado hoje com a primeira queixa-crime contra um dos meliantes”, afirma Eduardo Cunha (RJ), também por meio de nota.
“Sobre a menção irresponsável e descabida a meu nome em gravação realizada em Brasília, também tomarei as devidas providências legais”, afirmou ontem o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), também citado nas gravações. (leia mais)
Líder do partido na Casa e também citado no diálogo, Henrique Eduardo Alves (RN) afirma: “Vou tomar todas as providências jurídicas visando à reparação e, inclusive, ingressei com a primeira queixa crime, hoje, contra o responsável pela citação, sem prejuízo das demais ações cíveis e criminais que serão impetradas até a próxima semana”.
No vídeo, o empresário Alcir Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, conversa com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal e pivô da crise em Brasília.
No diálogo, gravado no dia 17 de setembro de 2009, o empresário afirma que R$ 800 mil mensais eram pagos aos deputados em troca do apoio ao governador do DF, José Roberto Arruda (DEM). Apenas Filippelli receberia R$ 500 mil. Os outros três deputados receberiam R$ 100 mil. O dinheiro viria da Novacap, empresa do GDF responsável pela urbanização de Brasília.
Notas
Henrique Eduardo Alves se diz “indignado e perplexo com o conteúdo dos diálogos inverídicos, levianos e caluniosos”.
Para Filippelli, a citação de seu nome revela “a irresponsabilidade daqueles que, movidos por interesses inconfessáveis, querem obter do meu partido, o PMDB, uma decisão açodada sobre esse momento de crise política do governo local”.
“Pressionam para que retiremos imediatamente da composição do governo os quadros técnicos que pertencem ao PMDB e que ocupam funções estratégicas no Governo do Distrito Federal. O que nos faz insistir em uma decisão tomada com serenidade é a preocupação com o futuro de Brasília e os projetos estruturantes que a preparam para ser uma das sedes da Copa do Mundo e para a comemoração dos seus 50 anos”, afirma o parlamentar, resslatando que a decisão da legenda sobre se permanece ou não no governo do DF só se dará na próxima semana.
O deputado Eduardo Cunha sugere que a conversa gravada tem alguma relação com o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC). Em 2007, ainda no PMDB, Roriz renunciou ao mandato de senador após ser envolvido em uma denúncia de desvio de recursos do Banco de Brasília.
Cunha registra sua “indignação” e desmente “de forma peremptória” ter qualquer relação com os indivíduos gravados e com qualquer fato político do Distrito Federal.
“Os diálogos expostos pela gravação são mentirosos e certamente escondem interesses políticos escusos daqueles que já saíram de mandatos pela porta dos fundos e buscam uma vingança sórdida por estarem longe do PMDB”, afirma Cunha.
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