O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, Marcos Montes (DEM-MG), reuniu-se hoje (25) com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Agricultura, Reinhold Stephanes, e das Relações Institucionais, José Múcio, para cobrar do governo uma alternativa para a renegociação da dívida rural. O ministro da Fazenda prometeu fazer uma proposta até segunda-feira (28).
Montes também pediu que os bancos suspendam a cobrança das parcelas de custeio que vencem em janeiro, fevereiro e março até que o governo apresente uma solução definitiva para o problema.
"Todos nós queremos que o brasileiro tenha comida na mesa, mas isso não pode ser às custas do empobrecimento do pequeno produtor", argumentou o deputado, afirmando que 80% da dívida rural é do pequeno produtor e que o Brasil é um dos poucos países que não subsidiam a agricultura.
Atualmente a dívida rural total é de R$ 130 bilhões. Nesse valor, no entanto, estão incluídas as parcelas até 2025. As parcelas já vencidas, e que estão sendo fruto dessa renegociação, correspondem a cerca de R$ 20 bilhões.
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A maior parte da dívida já vencida está com os produtores de grãos. "Existem situações diferentes dentro do setor. Não estou defendendo que o grande produtor deixe de pagar a dívida. Ele tem condições de pagar. Mas, no meu estado, por exemplo, os produtores de café estão praticamente falidos. O devedor comum não depende de estiagem, de safra, de variação de preços do produto", explica Marcos Montes, justificando o porquê da defesa da renegociação da dívida no setor rural.
Segundo o deputado, caso não haja uma resposta do governo até o início dos trabalhos legislativos, os quase 200 parlamentares que compõem a bancada ruralista no Congresso irão "tomar uma atitude". "Nossos eleitores estão cobrando uma resposta", disse o presidente da Comissão de Agricultura. (Soraia Costa)
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