A participação do Exército nas obras do projeto “Cimento Social”, no Morro da Providência, localizado no Rio de Janeiro, acabou provocando um debate entre dois deputados-candidatos à prefeitura da capital fluminense e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
Jobim participou hoje (3) de uma audiência pública na Câmara sobre a morte de três jovens da Providência no mês passado. O ministro afirmou que as obras do projeto social, que são de autoria de outro candidato à prefeitura do Rio, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), não tinham caráter eleitoral.
Por sua vez, os deputados Chico Alencar (Psol-RJ) e Fernando Gabeira (PV-RJ), que também vão concorrer à prefeitura carioca, mostraram panfletos que associavam a imagem de Crivella ao projeto. Para eles, o governo favorece o senador ao implementar o projeto naquela comunidade. Segundo Chico Alencar, deve-se debater “o uso político” dos militares naquela comunidade.
O caso
No mês passado, três jovens do Morro da Providência foram entregues por militares que atuam no projeto “Cimento Social” a traficantes de uma facção rival do Morro da Mineira. Os corpos dos três rapazes, que tinham 17, 19 e 24 anos, foram encontrados num lixão da Baixa Fluminense.
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Ainda em junho, a Justiça Federal determinou a retirada imediata das tropas de segurança do Exército da Providência. “A atuação do Exército na segurança pública naquele local violou o dever de abstenção de condutas que causem ameaças ou danos ao direito social, situação evidenciada pelo homicídio de três jovens residentes na comunidade”, afirma.
No último dia 24, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) embargou as obras do projeto. Os fiscais lacraram o canteiro de obras e o barracão do programa.
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), autor de emendas ao orçamento para a viabilização do projeto e candidato à prefeitura do Rio, lamentou a morte dos jovens, mas defendeu a manutenção dos militares na comunidade. (Rodolfo Torres)
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