O deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) afirmou nesta quarta-feira que vai pedir a quebra do sigilo bancário da Planam, responsável pela venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras com recursos do Orçamento. Ele disse que vai solicitar também as notas fiscais da empresa para checar o número de veículos vendidos desde 2002.
O parlamentar quer identificar também se os pagamentos a deputados, relacionados no livro-caixa da Planam, foram mesmo efetuados. Hoje, a comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara que investiga o caso, da qual Carimbão faz parte, ouviu cinco pessoas ligadas à máfia das ambulâncias.
Um dos acusados, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, filho de um dos sócios da Planam, Darci José Vedoin, assumiu a responsabilidade pela contabilidade da empresa, mas negou pagamento de propina para deputados. Ele confirmou todas as informações referentes ao livro-caixa, mas não explicou porque havia pagamentos a deputados listados no documento.
“O filho assumiu que administrava a empresa, que pagou tudo, bateria, parafuso, pneu, menos os deputados”, afirmou Carimbão. Luiz Antônio afirmou também que, em 2002, a Planam vendeu 200 ambulâncias. Em 2003, foram 130 e, em 2004, 100. Ele disse ainda que Darci era responsável por articular as conversas com deputados para conseguir emendas ao Orçamento.
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Mais cedo, em seu depoimento, Darci afirmou que não tinha participação no esquema e que apenas distribuía panfletos nos gabinetes. Ele responsabilizou o filho por qualquer irregularidade.
Para Carimbão, os dados apresentados nesta maratona de depoimentos revelam que são fortes os indícios da participação de parlamentares no esquema e que a conclusão das investigações deve ser mais rápida do que foi a do "mensalão". “O número de deputados pode aumentar ainda mais”, avisou.
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