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Oposicionista, Laerte Bessa fez críticas ao ator em plenário, durante a sessão deliberativa desta terça-feira, e cobrou da emissora tratamento igual para o outro lado da história. “Quando todo o Brasil pensou que esse ator ia se redimir, pedir desculpas para o casal, ele reafirmou tudo o que tinha falado. Queremos exigir que a Globo dê direito de resposta para o casal, que foi humilhado dentro do restaurante”, reclamou o parlamentar, para quem o casal foi “humilhado” por Abreu.
Veja no vídeo:
Momentos antes de apresentar sua demanda à Mesa, na ocasião comandada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Laerte Bessa teve sua fala cortada pelo peemedebista ao reproduzir palavrões de outro profissional de televisão, Alexandre Frota, que já integrou os quadros da própria Globo nos anos 1980. O deputado leu algumas palavras de Frota, que gravou vídeo com críticas e xingamentos a José de Abreu e o postou no Youtube, mas teve o som de seu microfone cortado por Cunha depois de proferir os termos “filho da puta” e “escroto”.
Antes que Laerte conseguisse fazer audível a terceira ofensa – “babaca” –, Cunha acionou o comando de som dos microfones do plenário e impediu a captação da fala do colega. Em seguida, o peemedebista é focalizado pela TV Câmara em gesto que sinaliza o baixo nível da questão.
Confira:
Antipetismo
O episódio envolvendo o ator José de Abreu foi lembrado em plenário por diversos deputados, a maioria com críticas ao fato de ele ter cuspido depois da provocação do casal de clientes. No entanto, governistas também o defenderam e fizeram menções à intolerância política que, em meio às denúncias de corrupção dos últimos anos, coloca o PT e seus seguidores no centros dos ataques de rua.
Na entrevista a este site, Zé de Abreu conta que ele e a mulher haviam recém-chegado do Japão, onde passaram a lua de mel, e decidiram ir ao restaurante, cujo proprietário é conhecido do ator (ele preferiu não revelar à reportagem o nome do local). “Eu quero preservar, não falei para ninguém”, explicou. Ele relatou que conversava com um dos garçons, distraidamente, sobre a viagem e disse que quem percebeu as primeiras provocações foi sua esposa.
Admitindo descrença em relação à possibilidade de reversão do processo de impeachment de Dilma, o ator culpou “os Reinaldos Azevedos da vida” (jornalista antipetista que criou a expressão “petralha”) pelo clima de intolerância nas ruas e as agressões contra simpatizantes do PT: “As pessoas estão com ódio, como se a gente fosse leproso”. Ele pediu respeito à sua idade (69 anos em 24 de maio), à sua carreira e ao “direito de jantar com a mulher numa sexta-feira à noite”.
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