O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) da Câmara, Raul Jungmann (PPS-PE), apresentou hoje (4) à Mesa Diretora da Casa dois requerimentos de informação aos ministros Tarso Genro (Justiça) e Nelson Jobim (Defesa) sobre as supostas ligações do governo brasileiro com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). A denúncia foi publicada na edição 787 da revista semanal Cambio, que foi às bancas e veiculada na versão on-line na última quinta-feira (31).
Segundo a matéria intitulada “El dossier brasileño” (O dossiê brasileiro), a presença das Farc “chegou até as mais altas esferas” do governo federal, ao PT, a alguns líderes políticos e até ao Judiciário brasileiro. A reportagem diz que a informação foi obtida por meio de supostas mensagens de correio eletrônico encontradas no computador do ex-porta-voz internacional da narcoguerrilha Raúl Reyes – morto por tropas colombianas, em solo equatoriano, em 1º de março.
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O primeiro requerimento protocolado por Jungmann requer do ministro Tarso Genro explicações sobre a situação jurídica do colombiano Olivério Medina, o “embaixador das Farc no Brasil”, que mora em Brasília. Segundo a reportagem da Cambio, Medina seria o elo entre as Farc e autoridades brasileiras ligadas ao governo federal.
No segundo requerimento, o deputado pernambucano pede ao ministro Nelson Jobim cópias dos documentos enviados pelo governo colombiano ao brasileiro referentes à suposta relação entre as Farc e a alta cúpula do governo federal. O requerimento destaca que, entre os documentos, são principalmente requisitados aqueles que foram entregue em mãos ao presidente Lula em visita recentemente feita à Colômbia.
Segundo a assessoria de imprensa de Jungmann, outros requerimentos foram apresentados pelo deputado, além da CSPCCO, à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da qual é membro. Nos requerimentos, o deputado pede a formalização de um convite para que Olivério Medina seja ouvido em audiência conjunta dos colegiados. A oitiva teria como finalidade ouvir as explicações de Medina a respeito das denúncias publicadas pela Cambio, que Jungmann considera “gravíssimas”. (Fábio Góis)
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